São Paulo, terça-feira, 12 de janeiro de 2010

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Crítica/ Show/ Elba Ramalho

Elba usa repertório para contar histórias

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
EDITOR DO FOLHATEEN

Elba Ramalho tem histórias para contar. E, nos shows em que comemorou 30 anos de carreira, no último fim de semana, no teatro do Sesc Pinheiros, foi exatamente isso que ela fez. Contou histórias com seu vasto repertório -da abertura, com "Lamento Sertanejo", ao encerramento, com "Frevo Mulher", foram quase 30 músicas em mais de duas horas.
Mas também as contou literalmente, rememorando passagens de sua vida que se ligavam a determinadas canções -por exemplo, a dura vinda do Rio para São Paulo como atriz de um grupo de teatro, em 1974, quando conviveu com Vital Farias, que compôs a bela "Veja (Margarida)" para uma peça.
Costurou, assim, um bom e animado show, que teve como mote seu disco mais recente ("Balaio de Amor"), mas que retrocedeu ao início de sua carreira, ainda que não tenha chegado ao marco zero (o disco "Ave de Prata", de 1979).

Levantando o público
Acompanhada por um competente sexteto, Elba estava particularmente empolgada, dançante e saltitante. Não era para menos: o repertório, calcado nos forrós e baiões de Gonzagão e de Dominguinhos ("Bate Coração", "A Vida do Viajante", "Asa Branca", entre outros), convidava à dança.
E parte do público atendeu ao convite, levantando-se para ir dançar nos cantos do teatro -quem não levantou, ficou se mexendo na cadeira, confirmando que o show não era afeito àquele ambiente formal.
Houve ainda boas surpresas, como as versões de "Doce de Coco" (Jacob do Bandolim/ Hermínio Bello de Carvalho) e de "Curare" (Bororó), e citações de canções nada óbvias, como "Mamma" (Gilberto Gil).
Na parte final, Elba dedicou longo trecho a Chico Buarque -que marcou sua transição de atriz a cantora, quando a convidou para cantar na trilha de "Ópera do Malandro".
Vieram "Todo o Sentimento", "O Meu Amor", "Palavra de Mulher" e "Folhetim", quebrando o clima de folia, rapidamente restabelecido no encerramento com "Banho de Cheiro", "O Xote das Meninas" e a já citada "Frevo Mulher".


Avaliação: bom



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