São Paulo, domingo, 12 de março de 2006

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ARTES PLÁSTICAS

Exposição que reuniu em Minas artistas como Di Cavalcanti, Volpi e Portinari é remontada em São Paulo

Mostra revive evento modernista de JK

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Na parede à dir., retrato de Juscelino Kubitschek feito por Guignard que integra a mostra na Faap


GABRIELA LONGMAN
DA REPORTAGEM LOCAL

A partir de hoje, São Paulo vê as obras modernistas que Belo Horizonte viu expostas entre maio e junho de 1944.
Promovida por Juscelino Kubitschek -à época prefeito da capital mineira-, a então chamada mostra "Arte Moderna" foi a primeira grande exposição a levar os principais nomes da pintura modernista-Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Lasar Segall, Portinari, Volpi e outros 41 artistas- para além do eixo Rio-São Paulo.
Em 2004 uma reconstituição foi montada em Brasília, em comemoração dos 60 anos do evento mineiro. E é esta mostra que a Faap agora recebe, dois anos depois, com o interesse do público revigorado pela minissérie "JK", exibida pela Rede Globo.
Das 80 telas expostas, a metade integrou a exposição original na década de 40. As outras são a busca curatorial pelo o que há de mais aproximado -temática e cronologicamente- em relação ao exibido em 1944.
Se por trás da primeira mostra estava o pintor Alberto da Veiga Guignard como coordenador convidado por JK, a mostra na Faap conta com a produção curatorial de Denise Mattar, obrigada a fazer "um safári" (nas suas palavras) para recuperar o maior número de obras presentes no catálogo mineiro -muitas se perderam e algumas delas tiveram seu empréstimo recusado pelos colecionadores.
"O critério foi usar as obras que estiveram presente em Belo Horizonte e, quando isso não era possível, procurar o que havia de mais próximo", diz Mattar.
Duas salas especiais homenageiam Mata Loutsch, única residente de Minas a integrar a mostra de 1944.

Cena cultural
Além de um panorama da pintura da década de 40 -estão presentes os principais representantes do grupo Santa Helena e da Família Artística Paulista-, o que o espectador recebe é uma incursão pelo contexto cultural da época. Com cronologias, dezenas de fotos e uma trilha que vai do samba-canção à bossa nova, o resultado é uma mostra ao mesmo tempo divertida e didática. Ao passeio, integra-se uma exposição de roupas, anúncios publicitários e eletrodomésticos da época.
"Os anúncios publicitários permitem excelente leitura sobre a visualidade da época, o comportamento da época e o discurso da época", diz a curadora.
Guilherme Isnard, responsável pelo design de montagem, se inspirou na arquitetura de Niemeyer para planejar o espaço expositivo.

O Olhar Modernista de JK
Quando:
de ter. a sex., das 10h às 20h; sáb. e dom., das 13h às 17h; até 23/4
Onde: Faap - Salão Cultural (R. Alagoas, 903, prédio 1, Higienópolis, tel. 3662-7198)
Quanto: entrada franca


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