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ARTES PLÁSTICAS
Dupla exposição em cartaz em São Paulo mescla artesanato e design e mostra fotos de casas populares
Museu da Casa Brasileira marca território
DA REPORTAGEM LOCAL
Com duas exposições a serem
abertas na próxima quinta, "Meninas Geraes" e "Moradas do Brasil" -a primeira sobre a mistura
entre design e artesanato nas peças assinadas por Renato Imbroise e a segunda, uma pesquisa fotográfica de Rui Faquini sobre casas
populares brasileiras-, a jornalista Adélia Borges, recém empossada diretora do Museu da Casa
Brasileira, quer demonstrar a
marca que a instituição deve imprimir nos próximos anos.
"Sendo um espaço dedicado à
arquitetura e ao design, quero reforçar a característica vocacional
do museu, que havia sido perdida
nos últimos anos. É importante,
agora, firmar uma identidade",
afirma Borges.
Criado em 1970 e inaugurado
em 1972, na antiga residência do
então prefeito de São Paulo, Fábio
da Silva Prado (1934-1937), o Museu da Casa Brasileira, uma instituição vinculada ao governo estadual, possui um acervo de mobiliário e de objetos que percorre
um abrangente período: do século 17 ao século 20. Além de duas
mostras permanentes, com o melhor de seu acervo, o museu possui três salas para exposições temporárias, como as que serão inauguradas na próxima quinta.
Entre os planos da nova diretora, o reforço ao design e à arquitetura do século 20 é uma das metas. "É urgente criar um bom
acervo do século passado e do
momento atual. O mobiliário antigo é, hoje em dia, a cara do museu. Mas isso precisa ser transformado. Nossa produção contemporânea tem uma visibilidade internacional que precisa também
ter espaço aqui", conta Borges.
Isso não significa que as peças
antigas sejam descartadas. Diz a
diretora: "Pretendo reoganizar as
exposições permanentes com recortes mais abrangentes e não em
ordem cronológica, como é feito
hoje", afirma.
A arquitetura deve ganhar mais
espaço a partir do aniversário de
São Paulo, em janeiro próximo.
"Quero aproveitar os 450 anos da
cidade para constituir uma coleção de maquetes das construções
mais representativas da cidade,
ainda a serem escolhidas", diz.
A lista de planos é grande. A diretora pretende converter o amplo jardim da casa em um espaço
para esculturas -a primeira, de
Franz Weissmann, já está instalada- e construir no local um pequeno auditório para eventos. Para ela, "é preciso inserir o museu
no tecido urbano, com apresentações culturais paralelas".
No calendário do museu, a iniciativa com mais destaque é o Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, que é realizado desde 1987.
A nova diretora mantém o formato do evento, que terá inscrições
abertas nos dias 7 e 8 de agosto e
cujas normas já estão disponíveis
no site www.mcb.sp.gov.br.
(FÁBIO CYPRIANO)
MENINAS GERAES E MORADAS DO
BRASIL. Exposição sobre o universo das
artesãs de Minas Gerais e de fotos de Rui
Faquini sobre casas populares
brasileiras. Curadoria: Adélia Borges.
Onde: Museu da Casa Brasileira (av. Faria
Lima, 2.705, tel. 0/xx/11/3032-2564).
Quando: abertura qui., dia 17; de ter. a
dom., das 13h às 18h. Até 10/8. Quanto:
R$ 4.
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