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São Paulo, sábado, 12 de julho de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Dupla exposição em cartaz em São Paulo mescla artesanato e design e mostra fotos de casas populares

Museu da Casa Brasileira marca território

DA REPORTAGEM LOCAL

Com duas exposições a serem abertas na próxima quinta, "Meninas Geraes" e "Moradas do Brasil" -a primeira sobre a mistura entre design e artesanato nas peças assinadas por Renato Imbroise e a segunda, uma pesquisa fotográfica de Rui Faquini sobre casas populares brasileiras-, a jornalista Adélia Borges, recém empossada diretora do Museu da Casa Brasileira, quer demonstrar a marca que a instituição deve imprimir nos próximos anos.
"Sendo um espaço dedicado à arquitetura e ao design, quero reforçar a característica vocacional do museu, que havia sido perdida nos últimos anos. É importante, agora, firmar uma identidade", afirma Borges.
Criado em 1970 e inaugurado em 1972, na antiga residência do então prefeito de São Paulo, Fábio da Silva Prado (1934-1937), o Museu da Casa Brasileira, uma instituição vinculada ao governo estadual, possui um acervo de mobiliário e de objetos que percorre um abrangente período: do século 17 ao século 20. Além de duas mostras permanentes, com o melhor de seu acervo, o museu possui três salas para exposições temporárias, como as que serão inauguradas na próxima quinta.
Entre os planos da nova diretora, o reforço ao design e à arquitetura do século 20 é uma das metas. "É urgente criar um bom acervo do século passado e do momento atual. O mobiliário antigo é, hoje em dia, a cara do museu. Mas isso precisa ser transformado. Nossa produção contemporânea tem uma visibilidade internacional que precisa também ter espaço aqui", conta Borges.
Isso não significa que as peças antigas sejam descartadas. Diz a diretora: "Pretendo reoganizar as exposições permanentes com recortes mais abrangentes e não em ordem cronológica, como é feito hoje", afirma.
A arquitetura deve ganhar mais espaço a partir do aniversário de São Paulo, em janeiro próximo. "Quero aproveitar os 450 anos da cidade para constituir uma coleção de maquetes das construções mais representativas da cidade, ainda a serem escolhidas", diz.
A lista de planos é grande. A diretora pretende converter o amplo jardim da casa em um espaço para esculturas -a primeira, de Franz Weissmann, já está instalada- e construir no local um pequeno auditório para eventos. Para ela, "é preciso inserir o museu no tecido urbano, com apresentações culturais paralelas".
No calendário do museu, a iniciativa com mais destaque é o Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, que é realizado desde 1987. A nova diretora mantém o formato do evento, que terá inscrições abertas nos dias 7 e 8 de agosto e cujas normas já estão disponíveis no site www.mcb.sp.gov.br.
(FÁBIO CYPRIANO)


MENINAS GERAES E MORADAS DO BRASIL. Exposição sobre o universo das artesãs de Minas Gerais e de fotos de Rui Faquini sobre casas populares brasileiras. Curadoria: Adélia Borges. Onde: Museu da Casa Brasileira (av. Faria Lima, 2.705, tel. 0/xx/11/3032-2564). Quando: abertura qui., dia 17; de ter. a dom., das 13h às 18h. Até 10/8. Quanto: R$ 4.


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