São Paulo, quinta-feira, 12 de outubro de 2006

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Zimbo Trio faz 42 com pique jovem

Relançamento de disco clássico e noite fixa no Tom Jazz mostram atualidade do grupo, que ajudou a criar o samba-jazz

Em quatro décadas, grupo fundou escola de música, gravou mais de 20 discos e dividiu o palco de "O Fino da Bossa" com Elis Regina

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quarenta e dois anos foi o tempo necessário para um dos discos mais modernos da história da música brasileira fazer a transição do formato original em que foi lançado, o LP, para o formato que, segundo alguns, já está com os dias contados, o CD. O primeiro disco, homônimo, do conjunto paulistano Zimbo Trio foi lançado originalmente em 1964, pela gravadora RGE. Agora, assim, sem muito alarde, ele chega às lojas dentro da série de relançamentos da Som Livre, chamada RGE Clássicos.
A reestréia do disco se torna ainda mais empolgante quando se considera que o Zimbo -que neste ano completou também seus 42 anos de existência- segue com força total em apresentações semanais na casa de shows Tom Jazz. Tocando lá há quase um ano, os três músicos seguem com pique de adolescente e público fiel.
"Em dezembro de 2005 a gente chegou ao Tom Jazz para fazer duas apresentações", conta o pianista Amilton Godoy. "Mas o público foi, todo mundo gostou, o lugar continuou enchendo e a gente foi ficando."
Tocando ininterruptamente por mais de quatro décadas, são muitas as histórias acumuladas pelo Zimbo ao longo do tempo. Juntos, criaram uma escola de música (o Clam), gravaram mais de 20 discos, ajudaram a criar o samba-jazz e, no começo de carreira, contavam com uma crooner talentosa, com quem logo dividiriam o palco do programa "Fino da Bossa": Elis Regina.
O Zimbo surgiu quando os já experientes músicos da noite Rubinho Barsotti, na bateria, e Luiz Chaves, no contrabaixo (que se afastou do grupo em 2001 por problemas de saúde, com Itamar Collaço entrando em seu lugar), convidaram o jovem pianista de formação clássica Amilton Godoy para tentar algo novo. Em vez de continuarem na tradição de Fulano e seu Conjunto, resolveram criar um trio que funcionasse como uma cooperativa, com os três músicos ganhando o mesmo, sem ninguém em destaque.
"Resolvemos acreditar no que fazíamos, cansamos de tocar em boates onde nossa música era só fundo de conversa.
Juntamos grana pra ficar uns quatro meses sem tocar na noite e ver o que acontecia. Aí estouramos. Nosso primeiro show como Zimbo Trio foi acompanhando Norma Bengell, logo depois gravamos nosso primeiro disco e até o fim do ano estávamos famosos."


ZIMBO TRIO
Quando:
qui., às 22h
Onde: Tom Jazz (av. Angélica, 2.331, tel. 3255-3635)
Quanto: R$ 40

ZIMBO TRIO
Gravadora:
Som Livre
Quanto: R$ 20, em média


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