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Zimbo Trio faz 42 com pique jovem
Relançamento de disco clássico e noite fixa no Tom Jazz mostram atualidade do grupo, que ajudou a criar o samba-jazz
Em quatro décadas, grupo
fundou escola de música,
gravou mais de 20 discos e
dividiu o palco de "O Fino da
Bossa" com Elis Regina
RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Quarenta e dois anos foi o
tempo necessário para um dos
discos mais modernos da história da música brasileira fazer a
transição do formato original
em que foi lançado, o LP, para o
formato que, segundo alguns, já
está com os dias contados, o
CD. O primeiro disco, homônimo, do conjunto paulistano
Zimbo Trio foi lançado originalmente em 1964, pela gravadora RGE. Agora, assim, sem muito alarde, ele chega às lojas
dentro da série de relançamentos da Som Livre, chamada
RGE Clássicos.
A reestréia do disco se torna
ainda mais empolgante quando
se considera que o Zimbo -que
neste ano completou também
seus 42 anos de existência- segue com força total em apresentações semanais na casa de shows Tom Jazz. Tocando lá há
quase um ano, os três músicos
seguem com pique
de adolescente e
público fiel.
"Em dezembro
de 2005 a gente
chegou ao Tom
Jazz para fazer
duas apresentações", conta o pianista Amilton Godoy. "Mas o público
foi, todo mundo
gostou, o lugar continuou enchendo e
a gente foi ficando."
Tocando ininterruptamente por
mais de quatro décadas, são muitas as
histórias acumuladas pelo Zimbo ao longo do tempo. Juntos,
criaram uma escola de música
(o Clam), gravaram mais de 20
discos, ajudaram a criar o samba-jazz e, no começo de carreira, contavam com uma crooner
talentosa, com quem logo dividiriam o palco do programa
"Fino da Bossa": Elis Regina.
O Zimbo surgiu quando os já
experientes músicos da noite
Rubinho Barsotti, na bateria, e
Luiz Chaves, no contrabaixo
(que se afastou do grupo em
2001 por problemas de saúde,
com Itamar Collaço entrando
em seu lugar), convidaram o jovem pianista de formação clássica Amilton Godoy para tentar
algo novo. Em vez de continuarem na tradição de Fulano e seu
Conjunto, resolveram criar um
trio que funcionasse como uma
cooperativa, com os três músicos ganhando o mesmo, sem
ninguém em destaque.
"Resolvemos acreditar no
que fazíamos, cansamos de tocar em boates onde nossa música era só fundo de conversa.
Juntamos grana pra ficar uns
quatro meses sem tocar na noite e ver o que acontecia. Aí estouramos. Nosso primeiro
show como Zimbo Trio foi
acompanhando
Norma Bengell, logo
depois gravamos
nosso primeiro disco
e até o fim do ano estávamos famosos."
ZIMBO TRIO
Quando: qui., às 22h
Onde: Tom Jazz (av. Angélica, 2.331, tel. 3255-3635)
Quanto: R$ 40
ZIMBO TRIO
Gravadora: Som Livre
Quanto: R$ 20, em média
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