São Paulo, domingo, 12 de outubro de 2008

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Crítica/"Os Mosconautas no Mundo da Lua"

Retrógrada, animação ambientada na Guerra Fria só vale pelos efeitos 3D

Divulgação
Cena do filme, em que protagonistas são moscas-astronautas

DA REPORTAGEM LOCAL

O velho cinema 3D voltou à baila recentemente, impulsionado pelo avanço tecnológico, pela necessidade de atrair novamente o público para as salas e pelo combate à pirataria (afinal, esse tipo de filme ainda é viável só nos cinemas).
"Os Mosconautas no Mundo da Lua", que estreou anteontem, é mais um sintoma dessa fase: uma animação infantil que passaria largamente ignorada na atual era Pixar, não fosse o artifício do 3D.
O desenho explora bem os efeitos tridimensionais, que dão a sensação de que os objetos "saltam" da tela, e isso certamente vai estimular o interesse dos que assistirem a ele em salas com esse tipo de projeção (que são a minoria no país).
Despido do 3D, o que sobra é uma história muito bobinha e incrivelmente retrógrada, ambientada durante a corrida espacial da Guerra Fria, ou seja, com todos os velhos estereótipos, como os russos malvados, os americanos heróicos etc.
Os protagonistas são três jovens moscas (pais: culpem a Pixar e seu rato cozinheiro por lançarem essa moda dos bichos nojentos como heróis) que sonham em ser astronautas (daí o trocadilho do título em português) e embarcam na lendária missão da Apolo 11.
Quando Neil Armstrong desce na Lua, lá estão as moscas a acompanhá-lo; quando Houston descobre que eles têm um problema (causado pelas moscas soviéticas), lá está o trio de insetos para salvar o dia.
Em suma, um desenho só para os pequenos, e só em 3D.
(MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

Avaliação: regular



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