São Paulo, sábado, 13 de janeiro de 2007

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Autor vê "Anátema" como uma síntese de sua obra

DA REPORTAGEM LOCAL

Roberto Alvim, 33, encabeçou o projeto Nova Dramaturgia Brasileira, que ocupou o teatro Carlos Gomes (2001-2004) e deu alento à cena carioca. A parceria com Juliana Galdino criou a companhia Club Noir, da qual também são "sócios" Kaio Pezzutti (co-diretor) e Juliana Fernandes (cenografia e figurino).
Alvim é atraído pela mítica em torno do cinema noir e, sobretudo, da literatura noir. "A obra negra carrega signos de profunda urbanidade e mergulha nas sombras, onde os segredos, os mistérios, o horror se esconde e se revela", avalia.
O autor diz que "Anátema", sua 15ª peça, pode ser considerada uma síntese de toda a sua obra, como afirmou recentemente a teórica da Universidade de Córdoba [Argentina] Daniela Bobbio em livro sobre seu trabalho. "Esse jogo entre aspirações espirituais e ações que se dão na esfera do sangue, da violência, da brutalidade, é uma constante em minhas peças", diz Alvim. "É como se as personagens colocassem a carne como presentificação do espírito, e, ao procurarem incidir sobre a alma, se vêem obrigadas a revolver as próprias entranhas."
Alvim acredita que um dramaturgo sempre procura "responder ao mundo em suas peças". "Olhamos ao redor e no espelho e vemos indivíduos que são como metástases [foco paralelo na evolução de um tumor maligno] da cultura de massa, proliferando signos e vestindo-os como identidade. E perguntamos se é possível viver de outro jeito. Assim nascem personagens e situações dramáticas. Mas temos de lembrar que personagens não podem viver por nós. Eles trazem perguntas, e cabe a nós respondê-las."


ANÁTEMA
Onde:
Unidade Provisória Sesc Avenida Paulista (av. Paulista,119, tel. 3179-3700)
Quando: estréia hoje, às 21h; sex. a dom., às 21h; até 11/3
Quanto: de R$ 7,50 a R$ 15


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