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Autor vê "Anátema" como uma síntese de sua obra
DA REPORTAGEM LOCAL
Roberto Alvim, 33, encabeçou o projeto Nova Dramaturgia Brasileira, que ocupou o
teatro Carlos Gomes (2001-2004) e deu alento à cena carioca. A parceria com Juliana Galdino criou a companhia Club
Noir, da qual também são "sócios" Kaio Pezzutti (co-diretor)
e Juliana Fernandes (cenografia e figurino).
Alvim é atraído pela mítica
em torno do cinema noir e, sobretudo, da literatura noir. "A
obra negra carrega signos de
profunda urbanidade e mergulha nas sombras, onde os segredos, os mistérios, o horror se
esconde e se revela", avalia.
O autor diz que "Anátema",
sua 15ª peça, pode ser considerada uma síntese de toda a sua
obra, como afirmou recentemente a teórica da Universidade de Córdoba [Argentina] Daniela Bobbio em livro sobre seu
trabalho. "Esse jogo entre aspirações espirituais e ações que
se dão na esfera do sangue, da
violência, da brutalidade, é uma
constante em minhas peças",
diz Alvim. "É como se as personagens colocassem a carne como presentificação do espírito,
e, ao procurarem incidir sobre a
alma, se vêem obrigadas a revolver as próprias entranhas."
Alvim acredita que um dramaturgo sempre procura "responder ao mundo em suas peças". "Olhamos ao redor e no
espelho e vemos indivíduos que
são como metástases [foco paralelo na evolução de um tumor
maligno] da cultura de massa,
proliferando signos e vestindo-os como identidade. E perguntamos se é possível viver de outro jeito. Assim nascem personagens e situações dramáticas.
Mas temos de lembrar que personagens não podem viver por
nós. Eles trazem perguntas, e
cabe a nós respondê-las."
ANÁTEMA
Onde: Unidade Provisória Sesc Avenida Paulista (av. Paulista,119, tel.
3179-3700)
Quando: estréia hoje, às 21h; sex. a
dom., às 21h; até 11/3
Quanto: de R$ 7,50 a R$ 15
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