São Paulo, segunda-feira, 13 de março de 2006

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LITERATURA

Biógrafo do poeta e escritora participam do evento

Bienal debate hoje a poesia e a personalidade de Mário Quintana

EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL

"Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão", disse o poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994) aos 78 anos, à revista "IstoÉ", uma década antes de morrer.
Hoje, no Salão de Idéias da Bienal, Márcio Vassalo, biógrafo e conhecedor de sua obra, e a escritora Letícia Wierzchowski, autora de "A Casa das Sete Mulheres", tentarão desvendar, através da literatura de Quintana, o que havia de "dramático, secreto e excêntrico" na personalidade do poeta, e da atualidade de sua poesia, numa homenagem ao centenário de seu nascimento.
"Quintana me apresentou à literatura. O primeiro livro que comprei foi dele, o "Esconderijos do Tempo", quando eu tinha 8 anos", conta Wierzchowski. "As pessoas falam muito da simplicidade na obra dele, mas acho que a literatura de Quintana sempre se desdobra. O meu filho lê, e ela me acompanha até hoje."

Trajetória
Mario Quintana nasceu prematuro, na noite de 30 de julho de 1906, na cidade de Alegrete (RS). Trabalhou quase toda sua vida como jornalista. Em 1940, publicou seu primeiro livro de poesias, "A Rua dos Cataventos". Na Bienal, a editora Globo está lançando o livro "Baú de Espantos", um dos clássicos do poeta, publicado originalmente em 1986.
Tradutor de clássicos da literatura, entre eles "Em Busca do Tempo Perdido" (Marcel Proust) e "Mrs. Dalloway" (Virginia Woolf), Quintana foi indicado para uma vaga na Academia Brasileira de Letras ainda na década de 1940. Na década de 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra. Nunca entrou para a Academia, fato que o levou a compor o bem-humorado "Poeminha do Contra".


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