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LITERATURA
Biógrafo do poeta e escritora participam do evento
Bienal debate hoje a poesia e a personalidade de Mário Quintana
EDUARDO SIMÕES
DA REPORTAGEM LOCAL
"Minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula
que não fosse uma confissão",
disse o poeta gaúcho Mario Quintana (1906-1994) aos 78 anos, à revista "IstoÉ", uma década antes
de morrer.
Hoje, no Salão de Idéias da Bienal, Márcio Vassalo, biógrafo e
conhecedor de sua obra, e a escritora Letícia Wierzchowski, autora
de "A Casa das Sete Mulheres",
tentarão desvendar, através da literatura de Quintana, o que havia
de "dramático, secreto e excêntrico" na personalidade do poeta, e
da atualidade de sua poesia, numa
homenagem ao centenário de seu
nascimento.
"Quintana me apresentou à literatura. O primeiro livro que comprei foi dele, o "Esconderijos do
Tempo", quando eu tinha 8 anos",
conta Wierzchowski. "As pessoas
falam muito da simplicidade na
obra dele, mas acho que a literatura de Quintana sempre se desdobra. O meu filho lê, e ela me acompanha até hoje."
Trajetória
Mario Quintana nasceu prematuro, na noite de 30 de julho de
1906, na cidade de Alegrete (RS). Trabalhou
quase toda sua vida como
jornalista. Em 1940, publicou seu primeiro livro
de poesias, "A Rua dos
Cataventos". Na Bienal, a
editora Globo está lançando o livro "Baú de Espantos", um dos clássicos
do poeta, publicado originalmente em 1986.
Tradutor de clássicos
da literatura, entre eles "Em Busca
do Tempo Perdido" (Marcel
Proust) e "Mrs. Dalloway" (Virginia Woolf), Quintana foi indicado
para uma vaga na Academia Brasileira de Letras ainda na década
de 1940. Na década de 1980, recebeu o prêmio Machado de Assis
pelo conjunto da obra. Nunca entrou para a Academia, fato que o
levou a compor o bem-humorado
"Poeminha do Contra".
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