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Bailarinos mineiros fazem dança das cadeiras no ar em São Paulo
Cia. Suspensa mistura dança, teatro e circo no espetáculo "Pouco Acima"
RAQUEL COZER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A casa que a Cia. Suspensa leva hoje e amanhã, às 21h, ao
Sesc Pinheiros, lembra aquela
que Vinicius de Moraes cantava
em "A Arca de Noé" (1980): não
tem chão, não tem parede. Só
tem cadeiras dependuradas em
cordas, o que parece estranho,
mas basta para os bailarinos
construírem sua rotina no espetáculo "Pouco Acima".
A montagem resulta de uma
pesquisa da companhia, sediada em Belo Horizonte, acerca
das possibilidades da dança no
ar. "O mais difícil foi transpor
os exercícios do solo para aparelhos aéreos, como o trapézio,
porque a superfície deles era
muito pequena", diz a bailarina
Roberta Manata, 32.
Os quatro intérpretes resolveram reduzir gradualmente a
superfície em que estudavam
as técnicas até chegar às cadeiras, que foram então suspensas
a cinco metros do solo.
Essa casa engraçada nasceu,
na verdade, de um divórcio. Os
bailarinos da Cia. Suspensa faziam parte da companhia
Trampulim, cujo trabalho tem
como base a arte circense. A separação, ocorrida em janeiro
deste ano, foi amigável: as mesmas questões de afinidade que
prenunciavam o rompimento
ajudaram a definir a divisão de
bens. "Nem tinha como dar briga. A gente já vinha se dividindo
em dois grupos; eles ficaram
com os estudos de palhaço, e
nós, com o trabalho aéreo", diz
Manata.
No caminho entre a dança e o
circo, a companhia se deparou
com o teatro. "O Sérgio Penna
[diretor do espetáculo, junto
com Ana Virgínia Guimarães] é
também bailarino, mas tem
formação de ator e nos trouxe
um elemento teatral forte.
Além de como se movimentar,
passamos a buscar o que falar
com os movimentos. Foi então
que, de cadeira, pensamos em
casa e, de casa suspensa, chegamos ao cotidiano suspenso",
conta.
POUCO ACIMA
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pinheiros (r. Paes Leme,
195, tel. 3095-9400)
Quanto: R$ 7,50 a R$ 15
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