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São Paulo, domingo, 13 de abril de 2003

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Domingo de Ramos concentra programação variada de música erudita, com dez boas opções de récitas

Para ouvir os clássicos

Luciana Cavalcanti/Folha Imagem
Ensaio da orquestra de câmara da Osesp, que se apresenta hoje, às 17h, na Sala São Paulo


JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Por pura coincidência ou em razão de algum componente mágico colocado na água que músicos e empresários andaram tomando, este Domingo de Ramos será muitíssimo excepcional quanto aos espetáculos de música erudita à disposição dos paulistanos.
São no mínimo dez récitas, na pior das hipóteses bastante boas, na melhor delas de valor artístico bastante excepcional.
Vejamos. A orquestra de câmara integrada por músicos da Osesp fará às 17h, na Sala São Paulo, um programa, já interpretado anteontem, com a regência de Cláudio Cruz e que terá como solista Arcádio Minczuk (oboé).
Cruz está entre os melhores violinistas produzidos no Brasil. Ele é o spalla da Osesp e também regente titular da Sinfônica de Ribeirão Preto. Minczuk é um músico de padrão absolutamente excepcional em seu instrumento.
O programa trará a "Simple Symphony", de Benjamin Britten, o "Concerto nš 1", para oboé, de Ludwig Lebrun, as "Liebeslieder Wältzer", de Brahms, e, de Osvaldo Lacerda, "Quatro Movimentos para Orquestra de Cordas".

Teatro Municipal
Às 11h, no Teatro Municipal, Ira Levin rege a Sinfônica Municipal na segunda das três récitas programadas para o "Réquiem", de Hector Berlioz, compositor de quem se comemoram os 200 anos de nascimento. Os dois corais, corpos estáveis do teatro, completam com Marcelo Vanucci (tenor) o grupo de duas centenas de intérpretes.
O "Réquiem" (ou "Missa para os Defuntos") é uma obra estreada em 1837. Possui uma dramaticidade mais próxima do teatro lírico que a do canto litúrgico. É um dos investimentos prioritários do Municipal em sua temporada de concertos deste ano. Um espetáculo altamente recomendável.
No mesmo horário, no Sesc Belenzinho, há o concerto dominical da Sinfonia Cultura. Que não terá desta vez um programa qualquer.
Regido por Cláudia Feres, o espetáculo trará o violoncelista Zygmunt Kubala, que fará o "Concerto nš 1", de Dmitri Kabalevski, de quem a orquestra interpreta igualmente a suíte "Os Comediantes".
Ainda do repertório russo, no programa, estão as "Danças Polovetsianas", de Borodin.
As duas orquestras de câmara de universidades públicas paulistas também se apresentam hoje. A da USP, às 11h, no teatro do Colégio Santa Cruz. A da Unesp, às 12h, no Centro Cultural Fiesp.
Sob a regência de Gil Jardim, o conjunto da USP fará duas peças ao mesmo tempo bastante conhecidas e de difícil interpretação. Trata-se de "Pulcinella", balé de Igor Stravinski com linguagem manifestamente neoclássica, e a "Sinfonia nš 8" ("Inacabada"), de Franz Schubert, uma das primeiras grandes peças com a qual se verteram lágrimas comovidas durante o romantismo.
A orquestra da Unesp será regida por Guilherme Mannis e terá como solista Fábio Korsakov (trompete). Um programa bastante diversificado, com três compositores barrocos -o francês Lully, o italiano Marcelo, o inglês Purcell-, um romântico, Grieg, e um contemporâneo brasileiro, Edmundo Villani-Côrtes.
Pois há ainda muitas outras opções. O coro da Osesp, regido por Naomi Munakata, apresenta-se às 11h na Igreja do Beato Anchieta, no Pátio do Colégio, com um programa singular e apropriado para o Domingo de Ramos. Serão oito trechos de "Paixões", três deles do padre José Maurício Nunes Garcia, o maior compositor brasileiro do início do século 19.
A música coral estará presente em Santo André, em companhia da sinfônica daquela cidade. Sob a regência de Sergio Igor Chnee, exibem-se sete grupos de coralistas. Será às 20h, no Teatro Municipal local, com entrada franca. Logo depois, às 20h30, e um pouco mais longe, em Mogi das Cruzes, na Catedral Sant'Anna, o Coral Musicativa, regido por Sérgio Wernec, faz um concerto com peças litúrgicas para a Semana Santa.
Por fim, duas récitas de piano. A primeira delas, às 11h30, no Centro Cultural São Paulo, com Eudóxia de Barros. Ela interpretará peças de Zequinha de Abreu. Às 16h, no Mube, quem se apresenta é a pianista russa Ana Yarovaia.



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