São Paulo, quinta-feira, 13 de maio de 2004

Próximo Texto | Índice

ARTES

Inauguração faz parte do projeto inicial do espaço e permite acesso direto ao metrô; comemorações incluem duas mostras

CCSP completa 22 anos e ganha rampa

JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Centro Cultural São Paulo (CCSP) conclui hoje 22 anos, com aumento de público de 33% em um ano e a inauguração da rampa de acesso direto para o metrô Vergueiro, às 10h30. Para a comemoração, foi programada a abertura de duas mostras, "Tudo É Desenho" e "Vestígios de um Certo Teatro".
Agora, o primeiro contato com a produção artística, no CCSP, dá-se ao ar livre, na rampa de 112 metros que dá acesso à estação de metrô e permite a locomoção de deficientes físicos.
É a presença de duas esculturas -uma de Artur Lesher, doada ao CCSP, e outra de Elisa Bracher- que aproxima o público da arte. A rampa é parte do projeto de construção do jardim Eurico Prado Lopes, previsto no projeto inicial do CCSP e realizado com patrocínio de R$ 500 mil da Petrobras.
"Vestígios de um Certo Teatro" é uma mostra instalada dentro da biblioteca, ocupando mais do que o espaço expositivo do CCSP. Ela é composta por dois telões cenográficos (dimensão média de 12 m por 16 m), que eram do Teatro Municipal de São Paulo. A coleção é composta por mais de 3.000 telões e foi iniciada em 1911. Entretanto, apenas 20 podem ser restaurados -a maior parte é irrecuperável.
Segundo a diretora de artes plásticas Stella Teixeira de Barros, trata-se de uma ação que também promove a integração dos espaços, além de apresentar um acervo desconhecido e que necessita de restauração.
Paralelamente, acontece a abertura de "É Tudo Desenho", oportunidade para descobrir uma parte da coleção da Pinacoteca Municipal, por meio de 22 desenhos, selecionados entre 300.
O acervo possui cerca de 1.500 obras em papel, que abrangem um período amplo, do modernismo dos anos 30 até obras contemporâneas, valorizando o traço e outras particularidades da obra em papel.
As obras são de Clóvis Graciano, Rosana Paulino, Maria Leontina, Paulo Monteiro, Carlos Thiré, Aldo Bonadei, Franz Weissmann, Virgínia Artigas, Renée Lefèvre, Sérgio Milliet, Samson Flexor, Lourival Gomes Machado e Wesley Duke Lee.

Balanço
Segundo o diretor do CCSP, Carlos Augusto Calil, o principal objetivo de sua gestão é reestruturar as instalações do edifício, com obras para melhoria de segurança e conforto. Elas permitiram um ambiente mais adequado para a biblioteca (a maior freqüência do CCSP, com 287.301 pessoas em 2003), seus acervos e suas atividades culturais. Na seqüência, deu-se a recuperação das coleções da Pinacoteca Municipal, da discoteca Oneyda Alvarenga e da gibiteca Henfil.
No ano passado, foram adquiridos 5.000 exemplares para a biblioteca -o que ainda é pouco, já que a biblioteca possui cerca de 110 mil títulos. Neste ano, a compra vai privilegiar a gibiteca e a coleção de arte, que, segundo Calil, são solicitações do público, consultado por meio de uma pesquisa no ano anterior. Nela, constatou-se que a freqüência anual passou de 490 mil usuários, em 2002, para 650 mil, em 2003.
Calil afirma que o orçamento de 2004 prevê obras na parte da infra-estrutura elétrica. O CCSP, por exemplo, ainda não possui um gerador.
Entre outros fatores, esse é o tipo de impedimento que dificulta a regularidade do CCSP, também sem o Habite-se (autorização dada pela Prefeitura de São Paulo para que um imóvel recém-construído ou reformado possa ser ocupado; uma vistoria de regularidade revela se a obra foi executada conforme o projeto inicial).


VESTÍGIOS DE UM CERTO TEATRO/ TUDO É DESENHO. Onde: CCSP (r. Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611). Quando: de ter. a sex, das 10h às 19h30; sáb., das 10h às 17h30, e dom., das 10h às 15h30. Até: 25/7 ("Vestígios de um Certo Teatro") e 27/06 ("Tudo É Desenho"). Quanto: entrada franca.


Próximo Texto: Teatro/crítica: Villela faz esboço de encenação de Fausto
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.