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ARTES
Inauguração faz parte do projeto inicial do espaço e permite acesso direto ao metrô; comemorações incluem duas mostras
CCSP completa 22 anos e ganha rampa
JANAINA ROCHA
FREE-LANCE PARA A FOLHA
O Centro Cultural São Paulo
(CCSP) conclui hoje 22 anos, com
aumento de público de 33% em
um ano e a inauguração da rampa
de acesso direto para o metrô
Vergueiro, às 10h30. Para a comemoração, foi programada a abertura de duas mostras, "Tudo É
Desenho" e "Vestígios de um Certo Teatro".
Agora, o primeiro contato com
a produção artística, no CCSP, dá-se ao ar livre, na rampa de 112 metros que dá acesso à estação de
metrô e permite a locomoção de
deficientes físicos.
É a presença de duas esculturas
-uma de Artur Lesher, doada ao
CCSP, e outra de Elisa Bracher-
que aproxima o público da arte. A
rampa é parte do projeto de construção do jardim Eurico Prado
Lopes, previsto no projeto inicial
do CCSP e realizado com patrocínio de R$ 500 mil da Petrobras.
"Vestígios de um Certo Teatro"
é uma mostra instalada dentro da
biblioteca, ocupando mais do que
o espaço expositivo do CCSP. Ela
é composta por dois telões cenográficos (dimensão média de 12 m
por 16 m), que eram do Teatro
Municipal de São Paulo. A coleção é composta por mais de 3.000
telões e foi iniciada em 1911. Entretanto, apenas 20 podem ser
restaurados -a maior parte é irrecuperável.
Segundo a diretora de artes
plásticas Stella Teixeira de Barros,
trata-se de uma ação que também
promove a integração dos espaços, além de apresentar um acervo desconhecido e que necessita
de restauração.
Paralelamente, acontece a abertura de "É Tudo Desenho", oportunidade para descobrir uma parte da coleção da Pinacoteca Municipal, por meio de 22 desenhos,
selecionados entre 300.
O acervo possui cerca de 1.500
obras em papel, que abrangem
um período amplo, do modernismo dos anos 30 até obras contemporâneas, valorizando o traço e
outras particularidades da obra
em papel.
As obras são de Clóvis Graciano, Rosana Paulino, Maria Leontina, Paulo Monteiro, Carlos Thiré, Aldo Bonadei, Franz Weissmann, Virgínia Artigas, Renée Lefèvre, Sérgio Milliet, Samson Flexor, Lourival Gomes Machado e
Wesley Duke Lee.
Balanço
Segundo o diretor do CCSP,
Carlos Augusto Calil, o principal
objetivo de sua gestão é reestruturar as instalações do edifício, com
obras para melhoria de segurança
e conforto. Elas permitiram um
ambiente mais adequado para a
biblioteca (a maior freqüência do
CCSP, com 287.301 pessoas em
2003), seus acervos e suas atividades culturais. Na seqüência, deu-se a recuperação das coleções da
Pinacoteca Municipal, da discoteca Oneyda Alvarenga e da gibiteca
Henfil.
No ano passado, foram adquiridos 5.000 exemplares para a biblioteca -o que ainda é pouco, já
que a biblioteca possui cerca de
110 mil títulos. Neste ano, a compra vai privilegiar a gibiteca e a coleção de arte, que, segundo Calil,
são solicitações do público, consultado por meio de uma pesquisa no ano anterior. Nela, constatou-se que a freqüência anual passou de 490 mil usuários, em 2002,
para 650 mil, em 2003.
Calil afirma que o orçamento de
2004 prevê obras na parte da infra-estrutura elétrica. O CCSP,
por exemplo, ainda não possui
um gerador.
Entre outros fatores, esse é o tipo de impedimento que dificulta
a regularidade do CCSP, também
sem o Habite-se (autorização dada pela Prefeitura de São Paulo
para que um imóvel recém-construído ou reformado possa ser
ocupado; uma vistoria de regularidade revela se a obra foi executada conforme o projeto inicial).
VESTÍGIOS DE UM CERTO TEATRO/
TUDO É DESENHO. Onde: CCSP (r.
Vergueiro, 1.000, tel. 3277-3611).
Quando: de ter. a sex, das 10h às 19h30;
sáb., das 10h às 17h30, e dom., das 10h
às 15h30. Até: 25/7 ("Vestígios de um
Certo Teatro") e 27/06 ("Tudo É
Desenho"). Quanto: entrada franca.
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