São Paulo, domingo, 13 de junho de 2004

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SP vê versão "quase" original

DA REPORTAGEM LOCAL

O "Romeu e Julieta" que os paulistanos poderão ouvir a partir de hoje tem uma singularidade preciosa: trata-se da versão mais próxima da originariamente escrita por Charles Gounod.
O maestro Jamil Maluf, regente e diretor musical da produção, diz que o compositor, por modismos ou caprichos de empresários, reestreou sua ópera em versões ligeiramente modificadas.
Encomendada pelo Teatro Lírico de Paris, as 200 récitas com que ela foi apresentada, um evidente sucesso, fizeram-na ser em seguida encenada pela Ópera Cômica, em que diálogos falados, para desgosto de Gounod, foram enxertados em meio ao desenvolvimento musical. Uma aberração.
Uma segunda estréia, na Ópera de Paris, exigiu a introdução de cenas de balé. Entre as concessões que foi obrigado a fazer, esteve ainda a supressão de uma ária de Julieta, "Dieu! Quel Frisson!", sem a qual desaparece do drama a hesitação moral da jovem por deixar sua família e integrar o clã de seus inimigos históricos.
O Municipal encena versão que suprime as peças de dança e reintroduz a ária amputada.
"Romeu e Julieta", diz Jamil Maluf, foi a ópera que Gounod julgava sua melhor composição lírica. A peça não é feita de blocos sonoros compactos. Sua constituição, ao contrário, se dá por nuanças que precisam ser realçadas com delicadeza e insistência nos trabalhos de ensaio com a orquestra e com os cantores. (JBN)



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