São Paulo, segunda-feira, 13 de agosto de 2007 |
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Coreografia retoma tradição indiana Bailarina lembra 60 anos de independência da Índia encenando o estilo odissi, criado há mais de 2.000 anos
INÊS BOGÉA CRÍTICA DA FOLHA "Bhumi - Mãe Terra", dançado por Silvana Duarte, reúne elementos tradicionais da dança clássica indiana no estilo odissi. Com coreografias de Sharon Lowen e Kelucharan Mohapatra (1926-2004), o espetáculo comemora os 60 anos de independência da Índia. Com mais de 2.000 anos de tradição, o odissi emprega as expressões da face e das mãos. Segundo Duarte, "o gesto é carregado de significados; o repertório de ritmos e movimentos pode levar a um estado de alma no qual intérprete e público experimentam a união com a essência invisível". A primeira peça, "Panchabhoota Stava", de Lowen, "aborda a importância dos cinco elementos para a constituição do corpo físico, onde experimentamos a vida". A segunda peça, também de Lowen, foi inspirada num poema épico do dramaturgo sânscrito Kalidas. Para Duarte, ela "aborda a reflexão do masculino e feminino no próprio processo de criação". Já "Omkarakarini", de Lowen, "é uma exaltação da energia feminina do universo". De Mohapatra, "Vassanta Pallavi" e "Shankaravaranam Pallavi" são danças abstratas, que "simulam os movimentos sinuosos dos ramos de uma trepadeira em direção ao sol". Segundo Duarte, "só no final da década de 60, a dança odissi foi vista pela primeira vez em Delhi, porque o acesso à sua região de origem era muito difícil". Na época das invasões coloniais, houve um "grande silêncio nas artes" da Índia. Foi o impulso da independência (1948) que mobilizou um movimento de resgate da identidade cultural em todo o país. Nesse momento, Kelucharan Mohapatra "foi o grande arquiteto da coreografia contemporânea da dança odissi", fala a bailarina. Na dança indiana, "a questão devocional vira uma entrega à própria expressão". E essa dança "traz valores universais, revelando o sagrado contido em todas as culturas". BHUMI - MÃE TERRA Onde: teatro Sesc Anchieta (r. Dr. Vila Nova, 245, tel. 3234-3000) Quando: hoje, às 21h Quanto: grátis (retirar os ingressos com uma hora de antecedência) Texto Anterior: Sinfônica jovem é regida hoje por alemão Índice |
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