São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Corpo traz "Breu" mais violento

Um ano após a estréia, grupo mineiro volta a São Paulo com novo final para sua coreografia urbana

O balé "21" completa a programação; coreógrafo Rodrigo Pederneiras tem biografia lançada na segunda, durante bienal


José Luiz Pederneiras/Divulgação
Cena de "Breu', coreografia com trilha especialmente feita por Lenine, que entra em temporada junto com "21' no teatro Alfa

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Como acontece todo mês de agosto, o Grupo Corpo desembarca na cidade para sua temporada anual, inaugurando aqui sua turnê nacional. E, como de praxe, a dobradinha de balés escolhidos pela companhia mineira inclui sua peça mais recente, neste caso "Breu" (2007), e uma obra mais antiga, que desta vez será "21" (1992).
"Breu" volta ao teatro Alfa, onde estreou. Ao som de uma trilha especialmente feita pelo cantor e compositor pernambucano Lenine, o coreógrafo Rodrigo Pederneiras voltou a dar provas de que está sempre disposto a se reinventar.
Tendo a violência como tema, Rodrigo usa e abusa de corpos jogados ao chão, em cenas de confrontos explícitos. Cenário e figurino pretos complementam o tom soturno de coreografia mais urbana.
O coreógrafo diz que, um ano depois, "Breu" passou por mudanças "positivas" -desde a estréia, a peça viajou bastante, com direito a uma temporada na Brooklyn Academy of Music, em Nova York.
"O final que mostramos aqui não estava fechado, e acabei mudando completamente. Antes apenas um bailarino se jogava no chão. Agora todos vão para o chão juntos, numa cena bem violenta. Como acontece em toda obra, na segunda temporada está tudo melhor, mais bem trabalhado nos corpos dos bailarinos. O público que já viu acaba aproveitando de outro jeito, porque pode reparar nos detalhes", afirma.
Já "21", que tem música do grupo Uakti, é um daqueles trabalhos típicos de Rodrigo Pederneiras, no qual os bailarinos mexem seus quadris como se estivessem em uma festa. A peça é encarada como um marco para a companhia. Foi a partir dela que o Corpo passou a trabalhar apenas com trilhas especialmente compostas.

Biografia
Durante a temporada na cidade, será lançada, na Bienal do Livro, na próxima segunda-feira, uma biografia de Rodrigo Pederneiras, dentro da coleção "Aplauso", da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.
Escrito pelo jornalista mineiro Sérgio Rodrigo Reis, o livro, que será vendido a R$ 15, mostra toda a carreira do coreógrafo, que neste ano festeja 30 anos de sua primeira criação para a companhia ("Cantares"), que ajudou a fundar com o irmão, Paulo Pederneiras, hoje diretor artístico do Corpo.
"Mostro a personalidade recatada dele, que é oposta à grandiosidade de seu trabalho.
E, pela primeira vez, Rodrigo analisa todas as coreografias que fez para o Grupo Corpo", conta o autor.
A nova turnê nacional do Corpo marca ainda o lançamento do DVD de "Onqotô", coreografia de 2005, com música de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik, criada para os festejos de 30 anos de fundação da companhia. O DVD, que será vendido durante as apresentações por R$ 50, traz o espetáculo e ainda o making of da obra. (ADRIANA PAVLOVA)


GRUPO CORPO
Quando: estréia hoje; qua., qui., sex. e sáb., às 21h; dom, às 18h; até 24/8.
Onde: teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 5693-4000)
Quanto: R$ 30 a R$ 90
Classificação indicativa: livre



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