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Corpo traz "Breu" mais violento
Um ano após a estréia, grupo mineiro volta a São Paulo com novo final para sua coreografia urbana
O balé "21" completa a programação; coreógrafo Rodrigo Pederneiras tem biografia lançada na segunda, durante bienal
José Luiz Pederneiras/Divulgação
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Cena de "Breu', coreografia com trilha especialmente feita por Lenine, que entra em temporada junto com "21' no teatro Alfa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Como acontece todo mês de
agosto, o Grupo Corpo desembarca na cidade para sua temporada anual, inaugurando
aqui sua turnê nacional. E, como de praxe, a dobradinha de
balés escolhidos pela companhia mineira inclui sua peça
mais recente, neste caso "Breu"
(2007), e uma obra mais antiga,
que desta vez será "21" (1992).
"Breu" volta ao teatro Alfa,
onde estreou. Ao som de uma
trilha especialmente feita pelo
cantor e compositor pernambucano Lenine, o coreógrafo
Rodrigo Pederneiras voltou a
dar provas de que está sempre
disposto a se reinventar.
Tendo a violência como tema, Rodrigo usa e abusa de corpos jogados ao chão, em cenas
de confrontos explícitos. Cenário e figurino pretos complementam o tom soturno de coreografia mais urbana.
O coreógrafo diz que, um ano
depois, "Breu" passou por mudanças "positivas" -desde a estréia, a peça viajou bastante,
com direito a uma temporada
na Brooklyn Academy of Music, em Nova York.
"O final que mostramos aqui
não estava fechado, e acabei
mudando completamente. Antes apenas um bailarino se jogava no chão. Agora todos vão
para o chão juntos, numa cena
bem violenta. Como acontece
em toda obra, na segunda temporada está tudo melhor, mais
bem trabalhado nos corpos dos
bailarinos. O público que já viu
acaba aproveitando de outro
jeito, porque pode reparar nos
detalhes", afirma.
Já "21", que tem música do
grupo Uakti, é um daqueles trabalhos típicos de Rodrigo Pederneiras, no qual os bailarinos
mexem seus quadris como se
estivessem em uma festa. A peça é encarada como um marco
para a companhia. Foi a partir
dela que o Corpo passou a trabalhar apenas com trilhas especialmente compostas.
Biografia
Durante a temporada na cidade, será lançada, na Bienal do
Livro, na próxima segunda-feira, uma biografia de Rodrigo
Pederneiras, dentro da coleção
"Aplauso", da Imprensa Oficial
do Estado de São Paulo.
Escrito pelo jornalista mineiro Sérgio Rodrigo Reis, o livro,
que será vendido a R$ 15, mostra toda a carreira do coreógrafo, que neste ano festeja 30
anos de sua primeira criação
para a companhia ("Cantares"),
que ajudou a fundar com o irmão, Paulo Pederneiras, hoje
diretor artístico do Corpo.
"Mostro a personalidade recatada dele, que é oposta à
grandiosidade de seu trabalho.
E, pela primeira vez, Rodrigo
analisa todas as coreografias
que fez para o Grupo Corpo",
conta o autor.
A nova turnê nacional do
Corpo marca ainda o lançamento do DVD de "Onqotô",
coreografia de 2005, com música de Caetano Veloso e José
Miguel Wisnik, criada para os
festejos de 30 anos de fundação
da companhia. O DVD, que será
vendido durante as apresentações por R$ 50, traz o espetáculo e ainda o making of da obra.
(ADRIANA PAVLOVA)
GRUPO CORPO
Quando: estréia hoje; qua., qui., sex. e
sáb., às 21h; dom, às 18h; até 24/8.
Onde: teatro Alfa (r. Bento Branco de
Andrade Filho, 722, tel. 5693-4000)
Quanto: R$ 30 a R$ 90
Classificação indicativa: livre
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