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Com "Traces", canadenses buscam modernizar linguagem circense
Companhia formada por ex-membros do Cirque du Soleil evita grande produção
JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA
ANTUÉRPIA
Em cartaz em São Paulo no
mês de agosto, seguindo depois
para Rio e Porto Alegre, "Traces", do grupo canadense 7
Doigts de La Main/7 Fingers,
traz bastante frescor aos espetáculos do gênero circense. Assim como outros shows da trupe, "Traces" usa uma linguagem jovem e moderna, que parece trazer o circo ao século 21.
"Os artistas de "Traces" são
jovens e têm uma vivência urbana. Tentamos captar essa
energia crua que eles trouxeram", diz à Folha uma das diretoras, Shana Carroll.
No início do espetáculo, cada
membro do quinteto se apresenta e fala de si. Como aconteceu nos 13 países por onde
"Traces" passou, no Brasil os
depoimentos serão traduzidos.
As revelações pessoais fundem
os protagonistas a seus personagens e criam uma aproximação da trupe com o público.
"Nós criamos o show para esses cinco especificamente, e
queríamos que fosse bastante
pessoal", explica Carroll.
A tensão fica por conta das
acrobacias de alto risco, que
lembram o espectador que
"Traces" é, afinal, um espetáculo circense. O número das
barras é executado ao som de
"Talk Show Host", do Radiohead. Durante os saltos em argolas, um tecno, que simula batimentos cardíacos, é trilha sonora enquanto um eletrocardiograma é projetado no fundo
do palco. No desenrolar do espetáculo, há também momentos mais lentos, em que o grupo
aproveita para descansar.
Ao final dos 80 minutos de
duração de "Traces", a sensação que se tem é um misto de
surpresa e alegria, como tem
uma criança ao descobrir um
novo sabor. "Em um contexto
sombrio, a beleza é ainda mais
pertinente", define a diretora.
Circo urbano
Fundado em 2002 por sete
ex-integrantes do Cirque du
Soleil, o 7 Doigts de La Main/7
Fingers vem sendo apontado
como criador de um novo conceito, o "circo urbano" ou "terceira geração do circo". Em
oposição às grandes produções,
a maquiagem é quase imperceptível e os objetos usados no
palco são bastante comuns, como sofás e geladeiras, muitas
vezes trazidos das casas dos
próprios artistas.
"Não é uma reação contra o
Cirque du Soleil, mas estávamos prontos e sedentos por algo que tivesse uma proposta
oposta", explica Carroll. "Queríamos trazer a arte circense a
um domínio que fosse familiar
a todos e parecesse mais humano", completa.
A jornalista JULIANA CALDERARI viajou a convite da produção do espetáculo
TRACES
Quando: de hoje a 17/8 e de 20 a 24/8.
Qua., qui. e sex. às 21h30; sáb., às 17h e
às 21h30; dom., às 16h e às 20h
Onde: Citibank Hall (av. dos Jamaris,
213, tel. 6846-6040)
Quanto: de R$ 80 a R$ 160
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos
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