São Paulo, quarta-feira, 13 de agosto de 2008

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Com "Traces", canadenses buscam modernizar linguagem circense

Companhia formada por ex-membros do Cirque du Soleil evita grande produção

JULIANA CALDERARI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DA ANTUÉRPIA

Em cartaz em São Paulo no mês de agosto, seguindo depois para Rio e Porto Alegre, "Traces", do grupo canadense 7 Doigts de La Main/7 Fingers, traz bastante frescor aos espetáculos do gênero circense. Assim como outros shows da trupe, "Traces" usa uma linguagem jovem e moderna, que parece trazer o circo ao século 21.
"Os artistas de "Traces" são jovens e têm uma vivência urbana. Tentamos captar essa energia crua que eles trouxeram", diz à Folha uma das diretoras, Shana Carroll.
No início do espetáculo, cada membro do quinteto se apresenta e fala de si. Como aconteceu nos 13 países por onde "Traces" passou, no Brasil os depoimentos serão traduzidos.
As revelações pessoais fundem os protagonistas a seus personagens e criam uma aproximação da trupe com o público.
"Nós criamos o show para esses cinco especificamente, e queríamos que fosse bastante pessoal", explica Carroll.
A tensão fica por conta das acrobacias de alto risco, que lembram o espectador que "Traces" é, afinal, um espetáculo circense. O número das barras é executado ao som de "Talk Show Host", do Radiohead. Durante os saltos em argolas, um tecno, que simula batimentos cardíacos, é trilha sonora enquanto um eletrocardiograma é projetado no fundo do palco. No desenrolar do espetáculo, há também momentos mais lentos, em que o grupo aproveita para descansar.
Ao final dos 80 minutos de duração de "Traces", a sensação que se tem é um misto de surpresa e alegria, como tem uma criança ao descobrir um novo sabor. "Em um contexto sombrio, a beleza é ainda mais pertinente", define a diretora.

Circo urbano
Fundado em 2002 por sete ex-integrantes do Cirque du Soleil, o 7 Doigts de La Main/7 Fingers vem sendo apontado como criador de um novo conceito, o "circo urbano" ou "terceira geração do circo". Em oposição às grandes produções, a maquiagem é quase imperceptível e os objetos usados no palco são bastante comuns, como sofás e geladeiras, muitas vezes trazidos das casas dos próprios artistas.
"Não é uma reação contra o Cirque du Soleil, mas estávamos prontos e sedentos por algo que tivesse uma proposta oposta", explica Carroll. "Queríamos trazer a arte circense a um domínio que fosse familiar a todos e parecesse mais humano", completa.


A jornalista JULIANA CALDERARI viajou a convite da produção do espetáculo

TRACES
Quando: de hoje a 17/8 e de 20 a 24/8. Qua., qui. e sex. às 21h30; sáb., às 17h e às 21h30; dom., às 16h e às 20h
Onde: Citibank Hall (av. dos Jamaris, 213, tel. 6846-6040)
Quanto: de R$ 80 a R$ 160
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos


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