São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2011

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CRÍTICA TERROR

"Dylan Dog" distorce quadrinho italiano com clichês

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Difícil lembrar algum bom filme de horror lançado em circuito nos últimos tempos.
Tirando exceções cada vez mais raras, como o sueco "Deixa Ela Entrar" (2008), que rendeu até uma ótima refilmagem em inglês, o gênero tem sido sucateado por uma overdose de clichês e falta de imaginação.
"Dylan Dog e as Criaturas da Noite", inspirado em uma cultuada série de histórias em quadrinhos do italiano Tiziano Sclavi, é mais um exemplo da desanimadora safra do cinema fantástico atual.
No gibi, Dylan Dog é um detetive paranormal que vive em Londres e resolve casos com auxílio do parceiro Groucho (batizado em homenagem ao comediante Groucho Marx, a quem imita).
O filme transferiu a ação para Nova Orleans e fez Groucho sumir do mapa. Dylan é chamado para investigar o assassinato do pai de uma linda loura e acaba enfrentando vampiros, zumbis e demônios, todos atrás de um misterioso artefato mágico. O diretor Kevin Munroe tentou dar ao filme um toque de mistério "noir", adicionando uma narração de Dylan que emula os filmes policiais dos anos 40 e 50.
Não funcionou: o recurso é usado de forma tão exagerada que a homenagem acaba soando como paródia. O filme lembra um extenso e interminável videoclipe, filmado com a precisão asséptica de um comercial de TV e com cenas de ação iguais às de incontáveis filmes.
Quando o longa foi lançado na Itália, fãs do gibi se revoltaram com as distorções. E quem não conhece a HQ certamente não tem motivo para ir ao cinema e gastar seu dinheiro com uma produção tão frouxa e sem ambição.

DYLAN DOG E AS CRIATURAS DA NOITE
PRODUÇÃO EUA, 2010
DIREÇÃO Kevin Munroe
COM Bradon Routh, Peter Stormare e Sam Huntington
ONDE Bristol, Marabá e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim


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