São Paulo, sábado, 13 de setembro de 2008

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Mostra recupera passado recente da arte produzida no México

Estação Pinacoteca recebe hoje produção daquele país entre 1968 e 1997

FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Protagonista no cenário internacional atual, a festejada arte contemporânea mexicana parece não ter referências em seu passado recente, deixando que apenas a chamada Escola Mexicana, na primeira metade do século 20, composta pelos modernistas Diego Rivera, Frida Kahlo e Rufino Tamayo, entre outros, reúna os nomes mais lembrados, como se houvesse um vácuo entre esses dois momentos. Isso ocorreu, segundo o curador mexicano Cuauhtémoc Medina, porque houve "um divórcio entre arte e sociedade no país, especialmente entre 1968 e 1997, que não gerou coleções e aquisições por museus, portanto, ficou sem memória". Para mostrar que esse longo período não passou em branco e teve uma profícua atividade artística, Medina e outros três curadores organizaram "A Era da Divergência - Arte e Cultura Visual no México", mostra que é inaugurada, hoje, na Estação Pinacoteca, depois de vista no México e na Argentina. As duas datas que delimitam o período escolhido para reunir os 150 trabalhos da mostra são momentos de crise no país: 1968 marca uma brutal repressão ao movimento estudantil, dez dias antes da abertura da 19ª Olimpíada, no México; 1997 é o momento posterior ao levantamento do Exército Zapatista de Libertação Nacional, no estado de Chiapas, em 1994. "Fomos um pouco além desse momento para que houvesse tempo para os artistas abordarem esse momento", conta. Sem se ater a questões como gêneros da arte, a exposição reúne diversas estratégias artísticas, em núcleos como "Mundo Pânico", sobre charges irônicas publicadas por Alexandro Jodorowsky em jornais de grande circulação; "Estratégias Urbanas", sobre coletivos de artista que operavam na rua; e "Insurgências", sobre o renascimento da fotografia na década de 70, quando deixou-se de abordar apenas camponeses e operários para tratar de situações menos engajadas, como a luta-livre. Um dos destaques da mostra é o núcleo "Intempérie", com alguns dos mais importantes nomes da produção atual, como Francys Alys, e Carlos Amorales.

A ERA DA DIVERGÊNCIA ARTE E CULTURA VISUAL NO MÉXICO
Quando: abertura hoje, das 11h às 14h; de ter. a dom., das 10h às 18h. Até 16/11.
Onde: Estação Pinacoteca (Largo General Osório, 66, tel. 0/xx/11/ 3337-0185; livre)
Quanto: R$ 4; grátis aos sábados



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