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Mostra recupera passado recente
da arte produzida no México
Estação Pinacoteca recebe hoje produção daquele país entre 1968 e 1997
FABIO CYPRIANO
DA REPORTAGEM LOCAL
Protagonista no cenário internacional atual, a festejada
arte contemporânea mexicana
parece não ter referências em
seu passado recente, deixando
que apenas a chamada Escola
Mexicana, na primeira metade
do século 20, composta pelos
modernistas Diego Rivera, Frida Kahlo e Rufino Tamayo, entre outros, reúna os nomes
mais lembrados, como se houvesse um vácuo entre esses
dois momentos.
Isso ocorreu, segundo o curador mexicano Cuauhtémoc
Medina, porque houve "um divórcio entre arte e sociedade no
país, especialmente entre 1968
e 1997, que não gerou coleções
e aquisições por museus, portanto, ficou sem memória".
Para mostrar que esse longo
período não passou em branco
e teve uma profícua atividade
artística, Medina e outros três
curadores organizaram "A Era
da Divergência - Arte e Cultura
Visual no México", mostra que
é inaugurada, hoje, na Estação
Pinacoteca, depois de vista no
México e na Argentina.
As duas datas que delimitam
o período escolhido para reunir
os 150 trabalhos da mostra são
momentos de crise no país:
1968 marca uma brutal repressão ao movimento estudantil,
dez dias antes da abertura da
19ª Olimpíada, no México; 1997
é o momento posterior ao levantamento do Exército Zapatista de Libertação Nacional,
no estado de Chiapas, em 1994.
"Fomos um pouco além desse
momento para que houvesse
tempo para os artistas abordarem esse momento", conta.
Sem se ater a questões como
gêneros da arte, a exposição
reúne diversas estratégias artísticas, em núcleos como
"Mundo Pânico", sobre charges
irônicas publicadas por Alexandro Jodorowsky em jornais
de grande circulação; "Estratégias Urbanas", sobre coletivos
de artista que operavam na rua;
e "Insurgências", sobre o renascimento da fotografia na década de 70, quando deixou-se
de abordar apenas camponeses
e operários para tratar de situações menos engajadas, como a
luta-livre.
Um dos destaques da mostra
é o núcleo "Intempérie", com
alguns dos mais importantes
nomes da produção atual, como Francys Alys, e Carlos
Amorales.
A ERA DA DIVERGÊNCIA
ARTE E CULTURA VISUAL
NO MÉXICO
Quando:
abertura hoje, das 11h às 14h;
de ter. a dom., das 10h às 18h.
Até 16/11.
Onde:
Estação Pinacoteca (Largo General Osório, 66, tel. 0/xx/11/
3337-0185; livre)
Quanto:
R$ 4; grátis aos sábados
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