São Paulo, sábado, 13 de outubro de 2001

Próximo Texto | Índice

MÚSICA

O rapper paulistano se apresenta na quadra da Gaviões da Fiel em show que terá também Leci Brandão e MC Jack

Rappin" Hood comanda noite regada a rap

João Wainer/Folha Imagem
O músico Rappin' Hood, integrante do Possemente Zulu, que mostra seu primeiro disco solo, "Sujeito Homem", lançado neste ano


CARLOS TORRES FREIRE
DA REDAÇÃO

A noite de hoje na quadra da Gaviões da Fiel não é do samba. Quem domina é o rap, e quem lidera é o paulistano Rappin" Hood.
Acompanhado por nomes do rap nacional, como SP Funk, MC Jack, Potencial 3, Criminal D e Mzuri Sana, além da sambista Leci Brandão, o rapper mostra seu CD de estréia, "Sujeito Homem", lançado neste ano pela Trama.
Aos 29 anos, Antonio Luiz Júnior, ou Rappin" Hood, é afeito a companhias, vide seu CD, do qual participam figuras como os rappers Xis, KL Jay (do Racionais MCs) e Ébano (do Potencial 3).
"Eu gosto disso, de juntar os irmãos. Assim a molecada pode ver várias bandas de uma vez só", diz. E essa é a intenção do show, já que, antes de Rappin", sobem ao palco os grupos convidados.
Estarão lá o DJ e pioneiro do rap MC Jack, que acaba de lançar o disco "Meu Lugar", além do santista Criminal D e seu estilo b-boy (dançarino de break). De Diadema (SP), vêm os rappers do Potencial 3, que, assim como o anfitrião da festa, gostam de colocar um pouco de samba no rap.
"Acho que é legal o rap se integrar, e não só ficar de canto. Tento usar mais musicalidade nas bases. Gosto das batidas do hip hop, mas quero misturar, criar sonoridades", diz Rappin", que tocou nove anos em fanfarra e estudou um ano na Universidade Livre de Música tocando trombone.
E o músico vai mais longe: "Quero dar uma cara para o rap brasileiro. Quero que um rapper americano escute e pergunte: "O que é isso?'; e aí alguém responde: "é rap brasileiro, mano'".
Rappin" não esconde a admiração por sambistas, como Martinho da Vila, Zeca Pagodinho e Almir Guineto, e a vontade de fazer o rap "dialogar com outros estilos", como ele diz.
Nesse sentido, surgem parcerias como, por exemplo, com Leci Brandão. A cantora e compositora acompanha o rapper em "Sou Negrão", no disco e no show.
Outra mistura está em "De Repente", uma crítica bem-humorada à corrupção no Brasil, especificamente voltada ao juiz aposentado Nicolau dos Santos Neto (o "Lalau"). O repente fica por conta dos emboladores Caju, morto em junho deste ano, e Castanha.
Mas o rap continua forte e, em novembro, Rappin" entra em estúdio com o Possemente Zulu, grupo que ajudou a fundar em 1991, para gravar o primeiro CD.

RAPPIN" HOOD E CONVIDADOS - show do CD "Sujeito Homem". Onde: quadra da Gaviões da Fiel (r. Cristina Tomás, 183, Bom Retiro, tel. 221-2066). Quando: hoje, às 21h. Quanto: R$ 7


Próximo Texto: Parceria: Flávio Venturini e Annie Haslam cantam juntos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.