DA REPORTAGEM LOCAL

Um conjunto de oito cameristas alemães que são também músicos da Filarmônica de Berlim e um pianista russo, Dmitri Alexeyev, apresentam-se hoje em São Paulo, em dois concertos.
Alexeyev é convidado da série hospedada pelo Espaço Cultural BankBoston, enquanto o octeto alemão estará, pelo Mozarteum Brasileiro, no teatro Alfa. São dois espaços bem próximos da marginal Pinheiros, nos bairros do Brooklin e de Santo Amaro.
A proximidade espacial, porém, é a menos importante. Serão dois grandes espetáculos de música erudita.
Vejamos o octeto, mais antiga formação camerística da Filarmônica de Berlim, com dois violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, clarinete, trompa e fagote. Ele traz dois programas diferentes. Hoje serão interpretadas peças de Beethoven, o "Septeto, opus 20", e, de Schubert, o "Octeto em Fá Maior, D. 803", uma maravilha melódica que está entre as certidões de nascimento do romantismo alemão.
Amanhã o octeto fará, além da mesma peça de Schubert, o "Divertimento, K. 138", de Mozart, e o "Till Eulenspiegel", de Strauss.
O octeto foi formado em 1928. É conhecido por seu padrão e empenho em peças não muito freqüentes para a formação, quase todas do século 19.
Vejamos Dmitri Alexeyev, 57. Ele se apresenta hoje, sexta e segunda-feira. Trará, além de peças de Chopin, Rachmaninov e Prokofiev, duas obras capitais do repertório pianístico: os "Estudos Sinfônicos", de Schumann, e a "Sonata, op. 111", de Beethoven.
Alexeyev é um dos intérpretes de primeira linha no circuito internacional, por ser o vencedor de concursos de prestígio como o Marguerite Long (Paris, 1969), George Enescu (Bucareste, 1970) e Tchaikovski (Moscou, 1974).
Apresentou-se com grandes orquestras como a Filarmônica de Berlim e a Sinfônica de Chicago. Como camerista, trabalhou com Rotrospovich e Barbara Hendricks. Foi regido por Boulez, Ashkenazy, Giulini e Jansons.
Além de gravações para selos russos, seus CDs saíram pela EMI, BMG, Hyperion e Virgin Classics. (JOÃO BATISTA NATALI)