Em sua terceira peça com a companhia, atriz integra projeto com textos curtos do inglês Allan Bennett

Brian Penido Ross completa programa da noite com o espetáculo "Fritas no Açúcar", sob direção de Eduardo Tolentino

Flavio Moraes/Divulgação

A atriz, que fica em cartaz com "A Senhora das Cartas' até 7 de maio, no Sesc Vila Mariana

VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Desde os anos 80, Beatriz Segall não passa uma década sem participar de algum espetáculo do grupo Tapa, e vice-versa. Foi assim em "Do Fundo do Lago Escuro" (1997), de Domingos Oliveira, e "O Tempo e Os Conways" (1986), de J.B. Priestley.
A nova parceria estréia hoje no Sesc Vila Mariana, com a segunda parte da série "Retratos Falantes", com a qual o Tapa introduz no Brasil o autor inglês Allan Bennett. O projeto engloba quatro monólogos, dois deles já encenados no Sesc em março. Agora, Segall e Brian Penido Ross estrelam "A Senhora das Cartas" e "Fritas no Açúcar", respectivamente.
Para a atriz, sua personagem, Irene, sublinha a solidão queixando-se sistematicamente aos jornais e órgãos públicos. "Ela parece não ter nada dentro de si, a não ser a possibilidade de se comunicar através das cartas", diz Segall. Já em "Fritas no Açúcar", Penido Ross é Graham, sujeito que vive relação de mútua dependência com a mãe esclerosada. A rotina é abalada pelo aparecimento de um antigo namorado dela.
Para Tolentino, o texto de Bennett exige o mesmo exercício de concisão do diretor, do ator e, sobretudo, do espectador. "A gente entra no mundo que não é o da mera composição de personagem, mas o de traços que sugerem identificação com histórias de pessoas anônimas", diz o diretor.