Bruno Morais mostra hoje no Prata da Casa a união de estilos de "Volume Zero"

Cantor faz show gratuito na choperia do Pompéia e se prepara para gravar segundo disco, com participação de Vitamin D e Fat Freddy's Drop

RONALDO EVANGELISTA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em 2005, o cantor e compositor Bruno Morais, 28, lançou seu disco de estréia, "Volume Zero", que lhe rendeu belos frutos: elogios na imprensa, bons amigos, novos aprendizados na música e até um estágio no disputado Red Bull Music Academy -em que alguns poucos músicos de todo o mundo são convidados a viajar (esse foi em Seattle) e a trabalhar com grandes produtores.
Apesar de tudo, algo não aconteceu: apresentações do trabalho ao vivo. Hoje, dentro do projeto Prata da Casa, na choperia do Sesc Pompéia, isso se reverte, e ele faz apresentação com sua banda, com gosto de fim de ciclo e de recomeço.
Misturando o lado prosaico e singelo do samba com sofisticação de produção e detalhes eletrônicos, Morais canta com calma e trata a música da mesma maneira. "Eu dou vazão a tudo que não conheço direito", conta ele. "Estou sempre buscando o que está longe de mim, para manter sempre uma inocência.
Acho que o aspecto mais importante do meu trabalho é que ele é espontâneo. Estou sempre tentando concretizar coisas que ficam no plano mágico, lúdico. O importante não é o acerto ou o erro, é ver até onde eu consigo fazer isso sem precisar passar pelo lógico ou pelo prático", diz.
Com timbre de voz dos mais bonitos entre os novos cantores, Morais explica que já está com seu segundo disco planejado e pré-produzido e que espera lançá-lo ainda neste ano. Entre as parcerias do disco, estão ainda as conseqüências das conexões feitas no Red Bull Music Academy -participam o produtor americano de hip hop Vitamin D e o naipe de sopros do grupo neozelandês de dub Fat Freddy's Drop.
E, no meio de tudo, o cantor de sambas encontra sua identidade. "Eu não consigo me limitar", ele explica. "Eu posso fazer uma lista de 50 discos que, depois de tudo misturado e jogado no liquidificador, acho que chega perto do que estou tentando fazer."