São Paulo, quinta-feira, 16 de junho de 2011

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Peter Hook toca na cidade as músicas do Joy Division

Famoso no New Order, baixista resgata disco de sua banda dos anos 1970

Shows vão reproduzir "Unknown Pleasures", primeiro dos dois CDs gravados com o cantor Ian Curtis (1956-1980)

Fotos Divulgação
O baixista inglês Peter Hook à frente da banda The Light

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

A moda do "show de um disco" ganha nova dimensão hoje e amanhã em São Paulo.
Peter Hook, 55, ex-baixista do Joy Division, tocará na íntegra o primeiro álbum dessa banda, "Unknown Pleasures", lançado em 1979.
Depois de dois discos e do suicídio do vocalista Ian Curtis, em 1980, os integrantes do grupo formaram o New Order, nome fundamental no mix de rock e eletrônico. As letras depressivas do Joy Division deram lugar a versos desencanados.
Mas uma de muitas brigas entre Hook e o guitarrista e vocalista Bernard Sumner provocou a separação do New Order. Em entrevista à Folha, Hook deixa transparecer que não tem vontade de reunir de novo a banda.
Ele sempre tocou projetos paralelos: Ad Infinitum, Revenge, Monaco (sua empreitada mais bem-sucedida, com dois álbuns bacanas) e Freebass, ao lado de outros dois baixistas, Andy Rourke (Smiths) e Mani (Stone Roses e Primal Scream).
O grupo The Light, que toca em São Paulo, é um quinteto que conta com seu filho Jack Bates, também baixista.

 


Folha - Como é voltar ao repertório de "Unknown Pleasures" depois de 32 anos?
Peter Hook
- O mais legal de tocar essas músicas do Joy Division é que não sinto que esse material vá contra meus novos trabalhos. São minhas músicas também, nunca me senti afastado delas.

Ainda hoje você imagina que a história de Ian Curtis poderia ter sido diferente?
Penso, às vezes. Mas acho que não poderia mudar o que aconteceu. A morte dele foi uma surpresa, mas todos precisaram superar isso. Foi uma decisão dele não continuar. Eu amava esse cara, eu o respeitava muito. Ficar especulando sobre isso não leva a nada.

Suas lembranças dos tempos de Joy Division são alegres?
Bem, é uma parte da minha vida, e a vida tem sempre coisas alegres e outras não tanto. Mas tenho mais lembranças boas. Nossa memória é afetiva e seletiva, não?

Você não gosta das versões finais das músicas no CD "Unknown Pleasures", certo?
Sim, eu acho que o disco não soa "rock" o suficiente. Martin Hannett, o produtor, fez escolhas erradas, a mão pesou mais aqui do que ali... Enfim, acho que foi um erro.

Suas versões nessa turnê corrigem esses detalhes?
Essas músicas também são minhas, não se trata de mudá-las. Tenho meu jeito de tocá-las, só isso.

Você gosta dos atores que interpretaram você no cinema? Ralf Little fez o papel em "24 Hour Party People" e Joe Anderson foi você em "Control".
No primeiro filme, o diretor Michael Winterbottom não me conhecia, aquele ator não sou eu. Mas eu gosto do outro trabalho, Anderson foi muito bem. O diretor Anton Corbijn me conhecia bastante, tivemos muitos encontros sobre como seria o filme.

Falando sobre o New Order, há chance de uma reunião? Ah, não. Acho que já passou [gargalhada].

O que há de tão engraçado?
Nada, eu só não entendo por que as pessoas se preocupam tanto com o New Order.

PETER HOOK & THE LIGHT

ONDE Estúdio Emme, r. Pedroso de Moraes, 1.036, Pinheiros, tel. 0/xx/11/ 2626-5835
QUANDO hoje e amanhã, às 23h; abertura da casa às 21h
QUANTO de R$ 100 a R$ 150
CLASSIFICAÇÃO 18 anos


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