São Paulo, domingo, 16 de novembro de 2008

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Crítica/"Sob a Mesma Lua"

Previsível e inverossímil, melodrama mexicano tem em ator mirim seu trunfo

Divulgação
America Ferrera em "Sob a Mesma Lua", que enfoca imigração ilegal

CÁSSIO STARLING CARLOS
CRÍTICO DA FOLHA

A tradição do melodrama, sólida desde o teatro do século 19, se fez ainda mais forte nas narrativas audiovisuais (cinema e telenovelas) dos países latino-americanos, movidos que somos pelo poder das lágrimas. "Sob a Mesma Lua" tira sua força das mais previsíveis regras do gênero, sem deixar insatisfeito quem procura uma boa dose de emoção simples.
A co-produção de EUA e México explora os meandros da imigração ilegal e tinge-se levemente de denúncia de injustiças sociais, sem, em nenhum instante, pretender estragar a tarde de domingo no cinema.
A intenção é contar os desencontros entre dois destinos feitos para viverem reunidos. De um lado da fronteira, encontra-se Rosario, mexicana que deixou o país há quatro anos em busca de melhores oportunidades na rica comunidade vizinha da Califórnia. Em Los Angeles, sobrevive de empregos mal-remunerados, como doméstica. Do lado mexicano encontra-se Carlitos, seu filho de nove anos que vive uma espécie de orfandade com a mãe distante, o que só se agrava quando a avó, de quem ele cuidava, morre.
Com esses ingredientes do melodrama servidos, chega a vez de o destino traçar os movimentos dos personagens, numa sucessão de acasos e coincidências (inverossímeis) pelos quais as rotas de Rosario e de Carlitos voltarão a se cruzar.
Já que pelas leis do gênero sempre sabemos como tudo acaba, resta-nos o prazer de torcer para que o drama se torne bastante complicado, adiando o máximo possível o clímax. Acompanhar tamanhas peripécias nem é difícil graças à presença de Adrian Alonso, ator mirim que trata de encher a tela com doses extras de doçura. Nem o mais durão dos espectadores resistirá às manobras emocionais do garoto.


SOB A MESMA LUA
Produção: México/EUA, 2007
Direção: Patricia Riggen
Com: America Ferrera, Kate del Castillo e Eugenio Derbez
Quando: em cartaz nos cines Bombril, Espaço Unibanco Pompéia e circuito
Classificação: livre
Avaliação: regular



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