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MÚSICA
Cantor e compositor paraibano estréia a turnê do disco "Eu Sou Todos Nós", hoje e amanhã, no Tom Brasil
Zé Ramalho faz show com inéditas
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
da Reportagem Local
O cantor e compositor paraibano
Zé Ramalho, 49, escolheu São Paulo para estrear a turnê "Eu Sou Todos Nós", primeira após o sucesso
de "Antologia Acústica" (97).
A diferença é que agora Zé tem
de enfrentar o público com canções inéditas, e não mais com os
clássicos que o reabilitaram em
1997 -o álbum duplo "Antologia"
já passou de 500 mil cópias vendidas, encerrando fase de anos de ostracismo que o cantor vivia.
"Abro o show com quatro músicas inéditas, de "Eu Sou Todos
Nós", mas só vou tocar sete do disco. Haverá um set com o "filé mignon" do meu repertório: "Avohai",
"Chão de Giz", "Admirável Gado
Novo", "Frevo Mulher", "Vila do
Sossego" ", diz.
Não é que Zé não confie nas novas canções -"Eu Sou..." já vendeu 190 mil cópias, segundo a gravadora BMG. "Pretendo até mostrar duas músicas nunca ouvidas,
que estarão no meu próximo álbum duplo, "Nação Nordestina':
"Esses Discos Voadores me Preocupam Demais" e "Meu País"."
O novo projeto, que o artista programa para o início do ano 2000, é
de um álbum duplo dedicado a
obras de extração nordestina, de
Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro a autores desconhecidos.
"Meu País" integra essa última
categoria. "É um martelo agalopado de Liverdo Alves e Orlando Tejo, cantadores/poetas mostrando o
que vêem do país, por um ângulo
totalmente político."
Além desse, Zé acumula o projeto de um disco dedicado à obra de
Raul Seixas. "Era para ser em 2000,
mas estou indo mais devagar, em
função do grande consumo de
meus novos discos, e também para
descansar e não exagerar. Mas toco
Raul no show. Além de "Trem das
11" e "Medo da Chuva", estamos ensaiando "Loteria
de Babilônia"."
Quanto a seu
primeiro e raro
disco, "Paêbirú"
(75), gravado em
parceria com o
pernambucano
Lula Cortes e
mantido inédito
em CD até hoje, Zé
nega que não tenha interesse em
vê-lo reeditado.
"Essa história de
que exijo que meu
nome venha antes
do de Lula é uma
piada maldosa.
Tem que ser daquele jeito. Eu
gostaria de vê-lo
nas lojas, sim, não
faço empecilho algum. O problema
é de copyright."
A mais recente
aparição de Zé em
disco não deve
aparecer no show
do Tom Brasil. É
"Bienal", repente
de Zeca Baleiro
que ele canta em
dueto no novo disco do autor
-numa letra que, provavelmente,
Zé nunca comporia.
"É, a dele não tem uma métrica
precisa e fala da desmaterialização
da arte. É um Nordeste revisitado,
longe dos estereótipos que nós
mesmos trouxemos. É um processo mais século 21, não é mais a
imagem do nordestino flagelado,
de alpargata de couro. Gosto de
participar da carreira de um cara
que está começando", resume.
Show: Eu Sou Todos Nós
Artista: Zé Ramalho
Onde: Tom Brasil (r. das Olimpíadas, 66, tel.
820-2326)
Quando: hoje, às 22h; amanhã, às 20h
Quanto: R$ 20 a R$ 40
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