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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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ARTES PLÁSTICAS

Com cerca de 40 obras, exposição apresenta artistas de diferentes períodos, como Brecheret e Lygia Clark

Escultura nacional ganha panorama

André Arruda/Divulgação
'Sombras', obra de Maria Martins que está na exposição 'Escultores - Esculturas', na Pinakotheke


ALEXANDRA MORAES
DA REDAÇÃO

Para colocar a escultura em primeiro plano, cerca de 40 trabalhos de grandes artistas brasileiros foram escolhidos para compor a mostra "Escultores - Esculturas", na galeria Pinakotheke. Bruno Giorgi, Victor Brecheret, Maria Martins, Lasar Segall, Alfredo Ceschiatti, Lygia Clark, Franz Weissmann e Sérgio Camargo, entre muitos outros, delineiam um pequeno panorama do que se fez em arte tridimensional no Brasil desde 1919, data das peças mais antigas expostas, "Cabeça de Mulher" e "O Ídolo", de Brecheret -apresentadas na Semana de Arte Moderna de São Paulo, em 1922.
"O nome, "Escultores - Esculturas" foi escolhido por não haver apenas escultores, mas também artistas que tradicionalmente trabalhavam em outros suportes e também realizaram esculturas", explica Max Perlingeiro, diretor da Pinakotheke e curador da exposição, citando o exemplo do relevo de Lasar Segall ("Duas Mulheres"), um dos "Trepantes" de Lygia Clark e as grandes formas em ferro do arquiteto Oscar Niemeyer.
As obras, dispostas em ordem cronológica, foram também escolhidas para ilustrar a "diversidade de técnicas e de materiais que é usada na arte escultórica", segundo Perlingeiro. Esse é um dos motivos pelos quais Bruno Giorgi aparece com o maior número de trabalhos na exposição (cinco). "Giorgi trabalhou em mármore, bronze e terracota. "Anjo", por exemplo, é uma singela cera-perdida [peça da qual não é feito molde] de 1948", completa o curador.
Da escultora Maria Martins, estão expostos "Boto da Amazônia" (c. 1943), que já dividiu uma sala com obras de Mondrian, na galeria Valentine, em Nova York, e o gesso "Sombras", que esteve na 2ª Bienal de São Paulo.
Dois trabalhos de Franz Krajcberg também estão na mostra, "Paineira" e "Árvore", que esteve exposta no Centro Georges Pompidou, em Paris, em 1975, e inauguram, com a obra de Lygia Clark, um espaço dedicado aos contemporâneos.
"Há um curto diálogo entre essas obras. Elas estão umas mais próximas das outras, são mais intimamente ligadas", diz Perlingeiro sobre "Pente" (1984), de Tunga, três "Composições", de Amilcar de Castro, "Escultura", de Lygia Pape, três relevos de Sérgio Camargo, três obras de Emanoel Araújo, as delicadas "Ripas", de Ione Saldanha, e "Objeto de Aço", de Waltércio Caldas.
Do lado de fora da galeria, estão as peças de Franz Weissmann ("Cantoneiras", de 75, e sem título, c. 1950-75) e as de Oscar Niemeyer, estas mostradas pela primeira vez em São Paulo.
Para complementar a exposição, é apresentado o processo de criação de uma escultura de grandes dimensões, com modelo, alma, molde e fundição. Vídeos sobre os artistas e seus processos de criação também estão na agenda da mostra, que se completa por um catálogo com textos de Perlingeiro e do crítico de arte Olívio Tavares de Araújo.

ESCULTORES - ESCULTURAS. Quando: vernissage hoje, às 20h30, para convidados. De seg. a sex.: das 10h às 20h. Sáb.: das 10h às 16h. Até 30/8. Onde: Pinakotheke (r. Ministro Nelson Hungria, 200, Real Parque, tel. 3758-5202). Quanto: entrada franca.


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