São Paulo, sábado, 17 de julho de 2010

Texto Anterior | Índice

Alechinsky tem mostra com cem obras

Artista belga membro do grupo CoBrA fez série de gravuras metalinguísticas, que opõe forma final às origens

Movimento que durou três anos, 1948 a 1951, em Bruxelas, Amsterdã e Copenhague teve cores fortes como marca

DE SÃO PAULO

Um vulcão cospe as letras do alfabeto. De frente para ele, outra gravura mostra os fósseis da forma antes de tudo, um porão onde o artista parece forjar sua mensagem.
Toda a obra do belga Pierre Alechinsky, que tem agora cem gravuras no Instituto Tomie Ohtake, segue uma lógica metalinguística. Expõe um resultado sem esconder a estrutura por trás, alicerces e âncoras do pensamento.
Tem a ver com os preceitos do grupo CoBrA, de voltar ao gesto, à imaginação. Foram três anos no meio do século passado em Copenhague, Bruxelas e Amsterdã voltados à explosão da cor, movimento que teve Alechinsky, entre outros, em sua brigada.
Num conjunto de duas gravuras, ainda no mar, opõe a maré alta à maré baixa. Servem de síntese desse pensamento plástico estruturalista, que extrai do inconsciente formas prontas, ferozes.
Na água, linhas grossas, de gestual exacerbado, contrastam com o próprio esqueleto, a mancha rarefeita de cor que sustenta toda a composição num redemoinho. Quando baixa a maré, é o céu que mergulha num amarelo forte, a cor destrinchada numa tempestade de luz.
(SILAS MARTÍ)


PIERRE ALECHINSKY

QUANDO ter. a dom., 11h às 20h
ONDE Tomie Ohtake (av. Brig. Faria Lima, 201, tel. 2245-1900)
QUANTO grátis



Texto Anterior: Cinema: Argentino dará aula magna hoje no 5º Festival de Cinema Latino
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.