São Paulo, domingo, 17 de novembro de 2002

Próximo Texto | Índice

Mirantes deixam entrever ângulos diferenciados de São Paulo e oferecem de restaurante a feira de artesanato

Vista panorâmica

Tuca Vieira/Folha Imagem
Visão a partir do mirante da Pedra Grande, no Parque Estadual da Cantareira, localizado na zona norte da capital.


SHIN OLIVA SUZUKI
DA REDAÇÃO

Escreveu Nelson Rodrigues que, em São Paulo, "o horizonte é uma parede e, depois, outra, mais outra, outra mais, dezenas de paredes". Ao subir a um mirante, constata-se que o dramaturgo recifense tinha certa dose de razão, mas também que a capital paulista não deixa de ter vistas impressionantes -o que inclui também as "paredes".
A parte alta da cidade ainda é mais utilizada para institutos meteorológicos ou como instalação para torres de rádio e TV, mas, como lazer, há como fazer melhor proveito dos muitos metros acima do solo.
Vale observar uma das faces mais características de São Paulo -para o bem ou para o mal-, o "mar de concreto" na região central, a partir do tradicional edifício Itália. Seu terraço, do alto de 165 metros, possibilita 360 graus de visão de pontos distantes entre si, como a rodovia Imigrantes e a marginal do rio Pinheiros.
Lá funciona um restaurante com cardápio predominantemente italiano, como não poderia deixar de ser, muito frequentado por homens de negócio e turistas.
O Itália foi projetado nos anos 60 pelo arquiteto de origem suíça Franz Heep e inaugurado em 1965. Muitas vezes credita-se ao edifício o posto de maior de São Paulo. Perde na verdade para o Mirante do Vale, que tinha antigamente o nome de Palácio Zarzur Kogan, construção de 170 metros localizada na avenida Prestes Maia. Seu terraço é ocupado somente por um heliporto, mas está aberto a visitações.
Também no centro da cidade, o edifício Altino Arantes, antiga sede do Banespa, de 35 andares e 160 metros, possibilita, em dias de céu claro, visão da cidade em um raio de 25 quilômetros.
O chamado "prédio da torre" funciona apenas de segunda a sexta-feira e tem o diferencial de contar com binóculos para observar a paisagem. Não são fixos porque o tombamento da fachada do prédio impede alterações.
Aproveitando a visita, o Museu do Banespa conta em seu acervo com obras de Manabu Mabe, Di Cavalcanti e Cândido Portinari, entre outros. No piso acima, está o arquivo com material relativo à história do banco. Há ainda monitores que fazem acompanhamento durante as visitas.
Fora do lado mais urbano de São Paulo está o mirante da Pedra Grande, dentro do Parque Estadual da Cantareira.
O ponto tem 1.010 metros de altitude e de lá se pode observar a Serra do Mar, boa parte da zona norte de São Paulo e a avenida Paulista. Mas o maior interesse reside na vista do parque, que tem o equivalente a 50 parques Ibirapuera, em área formada principalmente por árvores de mata atlântica.
No local, há um minimuseu de história natural, com diversos animais empalhados, como o bugio, espécie de macaco.
O mirante que fornece o panorama mais geral da capital é o pico do Jaraguá, na zona oeste, ponto mais alto da cidade de São Paulo, 1.135 metros acima do nível do mar.
Nos finais de semana, a área abriga uma feira de artesanato. O Jaraguá também é bastante visitado por praticantes de rapel.



Próximo Texto: Capital pode ganhar dois novos pontos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.