Intérprete paulistana apresenta faixas de seu novo álbum, "Mustang Bar"

MARCUS PRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mustang Bar que dá título ao quarto álbum da cantora paulistana Stela Campos, 43, realmente existe. Ele está instalado há décadas no centrão de Recife e não fecha nunca. Por isso, costuma ser a última parada de bêbados, prostitutas, travestis e de quem mais estiver na rua à beira de o sol nascer.
São personagens levemente inspirados nos frequentadores daquele ambiente que Stela descreve em várias das 12 canções de "Mustang Bar", o disco, que ganha minitemporada de lançamento a partir de hoje na Livraria da Esquina.
"Minha ideia inicial era fechar o conceito nos personagens do bar, lançar um olhar para a noite e fazer crônicas sobre esses "pinguços", esses insones ou mesmo sobre quem passa as madrugadas acordado dentro do apartamento", diz. "Mas acabei mudando as coisas no meio do caminho e amarrei o disco a partir de uma unidade mais musical que poética. Priorizei esse punch mais roqueiro, mais garageiro."
Stela fez boa parte do disco em casa. Nos intervalos de quatro anos que separa "Mustang Bar" de "Hotel Continental", seu antecessor, gravou dezenas de demos para registrar as canções e experimentar sons. Quando chegou ao estúdio para gravar o CD "definitivo", o trabalho estava praticamente pronto.
"Fizemos quase tudo de primeira, já estava tudo meio pronto na nossa cabeça. Muita coisa das demos entraram integralmente", conta ela. "Esse processo aproximou muito a sonoridade do disco ao que vai acontecer no palco." "Mustang Bar" foi produzido por Stela em parceira com o guitarrista Clayton Martin, do Cidadão Instigado, e o baixista Missionário José. Os dois produtores participam dos shows na Livraria da Esquina.