Festival internacional apresenta 14 companhias no Centro de São Paulo

"Visões Urbanas" chega à sua quarta edição com a proposta de levar bailarinos e artistas para o meio da agitação dos transeuntes

Dominik Fricker/Divulgação

João Carlos Silva e Jean Gomes levam "Meio Fio" ao festival

ADRIANA PAVLOVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Marco inicial de São Paulo, o Pátio do Colégio ganha novos contornos artísticos de amanhã até sábado. É ali que acontece a edição 2009 do "Visões Urbanas - Festival Internacional de Dança em Paisagens Urbanas". Em seu quarto ano, o evento migrou de outras partes no Centro para concentrar as apresentações das 14 companhias convidadas num único espaço. A proposta é ter bailarinos e demais artistas em meio à agitação de quem passa.
"Queremos que o público se misture aos artistas de uma forma natural, por isso nunca colocamos o som muito alto ou alteramos o espaço escolhido para as performances", explica Mirtes Calheiros, bailarina e socióloga idealizadora do festival. "O Pátio parece um lugar ideal, já que é amplo, tem muita gente indo e vindo, além de oferecer uma visão de 180 graus para o público e artistas."
O "Visões Urbanas" tem como marca acontecer em pleno chão, sem qualquer outro palco. Outra opção é o horário diurno: das 10h às 16h. Este ano, há pelo menos dois trabalhos mais direcionados às crianças, ambos amanhã. A bailarina portuguesa Ana Rita Barata exibe "Arquivar" ao lado de suas filhas de 9 e 5 anos, no qual brinca com dança e palavras. O outro é "Coreológicas 5", da paulistana Caleidos, que mistura arte e educação.
Outro destaque é a argentina Laura Veiga, que se apresenta numa estrutura de ferro em formato de x: "É um trabalho de força física, tudo a ver com uma metrópole como a nossa", diz Calheiros, que ainda aponta outra aposta da curadoria, o espetáculo "Sapatos Cegos". "É surpreendente porque eles andam de quatro, calçando sapatos nas mãos e nos pés. Como o tronco está dobrado, ninguém vê a cabeça dos bailarinos, causando um curioso estranhamento."