São Paulo, terça-feira, 19 de junho de 2007

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Cachorro Grande busca rock universal

Grupo lança "Todos os Tempos", em sintonia com a produção estrangeira

Psicodelia dos anos 90 e clássicos como Beatles e Stones servem de referências em disco que é apresentado em show hoje

Divulgação
Integrantes da banda gaúcha Cachorro Grande, que toca músicas do disco "Todos os Tempos" em show hoje no teatro do Sesi


BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum artista com maiores pretensões quer ficar datado. Todos querem ser eternos, com uma obra que seja relevante tanto agora como daqui a 20 anos, que faça sentido no maior número de lugares diferentes.
Por isso, a banda Cachorro Grande notou que havia algo errado quando começou a ser associada sempre a termos como "rock gaúcho" ou "imitadores de Beatles e Stones". Eles fazem hoje um show de "aquecimento" de seu novo disco, "Todos os Tempos", no teatro Popular do Sesi, antes de iniciarem a turnê de lançamento.
"Acho careta ficar preso só em uma década. Fazemos rock'n'roll, apenas isso", diz o vocalista Beto Bruno. "Ninguém fala que os Mutantes são uma banda paulista. Eles fazem um som universal."
Em "Todos os Tempos", atingem uma voz própria, soam cada vez menos como caricaturas e deixam entrar novidades. Já na primeira faixa, "Você me Faz Continuar", o grupo ganha mais groove. Os atentos notarão um quê de "Screamadelica" (1991), disco do Primal Scream que serviu de farol para o retorno da psicodelia ao pop, entre batidas dançantes.
"Essa turma [Primal Scream, Ian Brown] é uma ramificação boa do rock. Eles são os filhos da geração dos anos 60. Acho que nós somos os netos perdidos dessa geração."
"Todos os Tempos" também tem outras variações, como o fato de agora Beto Bruno não ser o único vocalista: "Deixa Fudê" é cantada pelo baixista Rodolfo Krieger; "Nada pra Fazer", pelo guitarrista Gabriel Azambuja, além de uma instrumental, "Hoje Meus Domingos Não São Mais Depressivos".
Mas esse discurso não cai por terra quando se leva em consideração o fato de que os integrantes estão sempre vestidos de preto, com ternos, chapéus etc., à moda dos Beatles? "Estranha é a banda de rock que não se veste assim, que usa bermuda", diz Bruno, rindo.
"Mas os Beatles já copiavam os jazzistas. Falando sério, uma banda precisa se preocupar com a música, e não com as roupas. Nos vestimos assim porque é o que tem no armário." Por ora, o grupo pretende começar a turnê em agosto. E o próximo trabalho será provavelmente um ao vivo. "Tá na hora. A gente já fez quatro discos. Mas é uma pena que vai ter que sair DVD junto. Eu curtia aqueles ao vivo antigões, em que você ficava imaginando como era o show."

CACHORRO GRANDE
Quando:
hoje, às 20h
Onde: teatro Popular do Sesi (av. Paulista, 1.313, tel.: 3146-7405)
Quanto: R$ 3


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