|
Texto Anterior | Índice
"Zona de Guerra" trata da coerção pelo medo
DA REPORTAGEM LOCAL
Se a insegurança virou regra
no mundo contemporâneo,
durma-se com um pesadelo
desses. Numa de suas peças de
juventude, "Zona de Guerra",
da primeira década do século
20, o americano Eugene
O'Neill (1888-1953) como que
antevia variações do pânico, do
PCC ao 11 de Setembro.
A partir de amanhã, a montagem dirigida por André Garolli
ocupa o 11º andar do Sesc Avenida Paulista. Confinados no
alojamento de um navio que
transporta armas clandestinamente, durante a Primeira
Guerra Mundial, marinheiros
encasquetam com a presença
de um inglês dono de uma misteriosa caixa preta que esconde
embaixo do seu colchão.
A tripulação tem a suspeita
de que Smith seja espião -afinal, a embarcação cruzou a zona de guerra naquela madrugada. Os homens decidem apurar
os fatos por conta própria, sem
levar o alerta ao capitão. O rapaz apela, em vão, para que respeitem sua privacidade, já que a
caixa guarda assunto pessoal.
"O medo é uma arma de coerção. É o caso da "guerra preventiva" do Bush, uma incoerência
em relação aos ataques terroristas", diz Garolli, 39.
"Zona de Guerra" é a segunda
parte do projeto Homens ao
Mar, que a Cia. Triptal iniciou
com "Rumo a Cardiff"" (2004) e
que prevê a montagem de mais
duas peças de formação de
O'Neill relativas ao mar e sua
potência simbólica. O projeto
lida com a energia masculina
(eram 29 atores em "Cardiff",
no porão do teatro Arthur Azevedo, na Mooca; agora são nove), com o trabalho de coro e
com a tragédia moderna. O espetáculo tem apoio do Prêmio
Funarte/Petrobras de Fomento ao Teatro e do Prêmio Funarte Myriam Muniz.
(VS)
ZONA DE GUERRA
Onde: Unidade Provisória Sesc Avenida Paulista (av. Paulista, 119, tel.
3179-3700)
Quando: estréia amanhã, às 22h; sex.
e sáb., às 22h; dom., às 18h; até 19/11
Quanto: R$ 7,50 a R$ 15
Texto Anterior: Peça "Estrada" adapta Fellini para o palco Índice
|