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Crítica/"O Caçador"
Coreano lança olhar original para longa de serial killer
RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O selo "made in Korea"
representa hoje uma
garantia de cinema inventivo, de renovação. Chan-wook Park virou o thriller de
cabeça para baixo em "Oldboy"
(2003). Bong Joon-ho fez o
mesmo com a ficção-científica
em "O Hospedeiro". Agora,
Hong-jin Na, em seu longa de
estreia, lança um olhar original
para o filme de serial killer.
O início sugere uma narrativa convencional sobre a caçada
a um psicopata. Young-min
(Yun-seok Kim), ex-detetive
que se tornou cafetão, descobre
que suas prostitutas estão sendo sequestradas por um cliente, Mi-jin (Jung-woo Há). Mas
logo fica claro que a captura do
vilão não é o ponto do filme. O
cafetão encontra o cliente, que
assume à polícia vários crimes,
mas não dá o endereço de onde
enterra as vítimas. Mi-jin é solto por falta de provas e Young-min tenta resolver o problema
com as próprias mãos.
De repente, o filme vira uma
tragicomédia de erros sobre o
sistema policial e judiciário da
Coreia do Sul. O diretor muda
de registro com total segurança, mas perde a mão em uma
cena, na qual o brutal assassinato de uma prostituta é intercalado por um plano da filha
sorridente. Aí, percebe-se que o
longa aceitou o vale-tudo do
sensacionalismo, como um telejornal que dá um close na lágrima de alguém que perdeu
tudo antes de perguntar: "Como você está se sentido?".
O CAÇADOR
Avaliação: regular
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