São Paulo, segunda-feira, 19 de outubro de 2009

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Crítica/"O Caçador"

Coreano lança olhar original para longa de serial killer

RICARDO CALIL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O selo "made in Korea" representa hoje uma garantia de cinema inventivo, de renovação. Chan-wook Park virou o thriller de cabeça para baixo em "Oldboy" (2003). Bong Joon-ho fez o mesmo com a ficção-científica em "O Hospedeiro". Agora, Hong-jin Na, em seu longa de estreia, lança um olhar original para o filme de serial killer.
O início sugere uma narrativa convencional sobre a caçada a um psicopata. Young-min (Yun-seok Kim), ex-detetive que se tornou cafetão, descobre que suas prostitutas estão sendo sequestradas por um cliente, Mi-jin (Jung-woo Há). Mas logo fica claro que a captura do vilão não é o ponto do filme. O cafetão encontra o cliente, que assume à polícia vários crimes, mas não dá o endereço de onde enterra as vítimas. Mi-jin é solto por falta de provas e Young-min tenta resolver o problema com as próprias mãos.
De repente, o filme vira uma tragicomédia de erros sobre o sistema policial e judiciário da Coreia do Sul. O diretor muda de registro com total segurança, mas perde a mão em uma cena, na qual o brutal assassinato de uma prostituta é intercalado por um plano da filha sorridente. Aí, percebe-se que o longa aceitou o vale-tudo do sensacionalismo, como um telejornal que dá um close na lágrima de alguém que perdeu tudo antes de perguntar: "Como você está se sentido?".


O CAÇADOR
Avaliação: regular



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