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CRÍTICA
Pé no passado redime Iron Maiden de apresentação enfadonha no Pacaembu
DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Faltavam 2h25 minutos para a meia-noite quando enfim
o Iron Maiden subiu ao palco, no
último sábado, para apresentar a
sua "dança da morte" para 45 mil
camisetas pretas que lotavam o
estádio do Pacaembu.
Um dos últimos da turnê de lançamento de seu "Dance of
Death", o show seguiu à risca o
ensaiado em outras paradas e o
prometido por aqui: uma faixa
nova, um clássico. Os velhos truques de cenário, com seus castelos
medievais, explosões e referências
ao mundo dos mortos, e a "nova
face" dos metaleiros, que empunharam até instrumentos acústicos na balada "Journeyman".
Se os novos versos ainda não
caíram nas graças do público
-que, na verdade, não se cansava de reclamar da ausência de
uma e outra velharia-, pelo menos o "ô-ô-ô" continuava o mesmo. Apesar do som baixo lá no
fundo, serviam como deixa para o
-também já bem conhecido-
momento de isqueiros e celulares
(!) iluminarem as arquibancadas.
Aos 25 anos de carreira e com
seis passagens oficiais pelo Brasil,
o Iron Maiden foi o mesmo, outra
vez: quarentões correndo de um
lado a outro do palco, guitarras
coreografadas, infalíveis, momentos fotografáveis, mas nem
de longe memoráveis como os do
último Rock in Rio, por exemplo.
Educados, porém, ingleses e
brasileiros preferiram o caminho
da concórdia, do bate e assopra.
Minutos depois de parar o show
diante de um empurra-empurra
generalizado, por "não querer ver
ninguém parar no cemitério hoje
à noite", o vocalista Bruce Dickinson alisou: "Esta é uma das melhores noites de toda a turnê".
Sem vaiar as enfadonhas seqüências de "novidades", com direito até a uma faixa da fase impopular em que Dickinson esteve fora da banda, os fãs esperaram pacientes o bis redentor com "The
Number of the Beast" e "Run to
the Hills", ambas de 1982.
E foram embora felizes da vida,
agora sem empurrar, de volta para o mundo de onde vieram. Fica
a pergunta: e quem foi que disse
que o rock precisa se renovar?
Quarenta e cinco mil brasileiros
disseram que não. Azar...
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