Apresentação do tenor será às 16h de amanhã, no parque da Independência

Andrea Bocelli vai cantar árias de ópera, duetos e canções italianas de seu último CD, como "Mamma" e "Funiculì Funiculà"

Divulgação

O tenor italiano Andrea Bocelli, que se apresenta amanhã

IVAN FINOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Figurinha fácil nas trilhas de novelas da Globo -desde que gravou "Vivo por Ella" com Sandy, há mais de dez anos-, Andrea Bocelli abraça sem receios o gênero da ópera pop. O fato de nunca ter conseguido emplacar como cantor lírico sério facilita para que os críticos logo o rotulem de brega.
A verdade é que o público adora, e Bocelli canta amanhã de graça em São Paulo. O show promete atrair milhares ao museu do Ipiranga na tarde deste feriado para ouvir "árias, duetos e as grandes canções de meu último disco, "Incanto", no qual canto em italiano, napolitano e espanhol", afirmou à Folha, por telefone, há duas semanas.
"Com certeza terei um soprano e um barítono para fazer duetos. Talvez apareça uma surpresa", disse o maestro, que não é maestro, mas é como seus assessores o chamam.
Será Sandy a surpresa, maestro? "Gostaria muito, mas infelizmente não está prevista sua participação", respondeu.

Cego
A história conhecida é que Bocelli, com problemas de visão por toda a infância, ficou cego aos 12 anos, após levar uma bolada numa partida de futebol. O maestro, entretanto, se recusa a dar qualquer declaração sobre sua condição -assim como a intérprete da entrevista se recusou a traduzir as perguntas da Folha que abordavam o assunto.
Bocelli divertiu-se, porém, ao lembrar de outros momentos de seu passado, como o pouco tempo em que atuou como advogado. "Advoguei nas pequenas causas. Eram bastante fáceis; tão fáceis que ganhei todas elas", contou.
"Lembro de uma em que um agricultor cavou um poço sem permissão da prefeitura. Acabamos ganhando, mas não porque fiz muita coisa, e sim porque a prefeitura anistiou todos os que tinham esse problema na época", riu.