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Akron encerra Resfest, na Cinemateca
ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA
Eles não são jovens bonitinhos. Não são o "hype" do momento. E muito menos fazem
uma mistura inusitada de ritmos modernos. O som do
Akron/Family, aliás, pode bem
ser classificado como "tradicional", com influências de
country, rock, free jazz.
Mas, para quem já viu (há
trechos no YouTube), o show
dos caras é uma experiência
inesquecível, que os paulistanos poderão conferir hoje, encerrando o festival Resfest.
O Akron/Family é formado
por quatro barbudos que saíram de pequenas cidades dos
Estados Unidos e se encontraram em Nova York, mais especificamente num minúsculo
apartamento do badalado
Brooklyn, onde passaram a
exercer a "seita" AK.
"Não é exatamente uma religião", explica o multiinstrumentista Ryan Palmer Vanderhoof. "O Michael, da gravadora
[Young God Records], criou essa idéia baseado em nosso entusiasmo e na maneira como
encaramos a música que, para
nós, é algo espiritual. Que toca
as pessoas."
Essa mística não está apenas
na maneira como os integrantes do Akron/Family vêem a
profissão mas também nas letras das canções de seu disco
mais recente, "Meek Warrior"
(2006), que têm títulos como
"Blessing Force" (força de uma
oração) e "Love and Space", e
falam sobre amor, golfinhos e
outros temas "ripongas", que
eles entoam em coro.
Embalando tudo isso, uma
sonoridade que flerta com o
country, o rock dos Beatles, as
guitarras distorcidas de bandas
como o Sonic Youth e as improvisações de Miles Davis.
"Nossa música é muito dinâmica", fala Vanderhoof. "Temos referências de todos os tipos e, claro, grande influência de Beatles, Led Zeppellin, Neil
Young. Mas também ouvimos
muito hip hop."
Comunhão
Em disco, essa coisa toda soa
muito bem -ouça faixas em
www.myspace.com/akak.
Mas é ao vivo que o Akron/Family surpreende.
A Folha assistiu a uma dessas performances em abril, no
festival Printemps de Bourges,
na França. Aparentemente,
poucas pessoas da platéia conheciam a banda, mas isso não
impediu que todas acompanhassem empolgadas, cantando e dançando.
Ao final, alguns receberam
instrumentos de brinquedo e
outros badulaques, e subiram
no palco para tocar com o grupo, numa grande comunhão.
"Quando nos apresentamos,
estamos realmente nos divertindo. Não temos vergonha de
expressar nossos sentimentos.
Acho que as pessoas vêem isso
e acabam gostando", acredita
Vanderhoof.
"Sempre tentamos tocar as
músicas de maneira empolgada
e grandiosa, para que a audiência se sinta à vontade para fazer
parte disso. Não somente como
convidados, mas como integrante da banda", afirma ele.
"Nossa intenção é inspirar as
pessoas a serem criativas por
elas mesmas", completa o instrumentista. "E também queremos que todos tenham uma
grande experiência."
RESFEST - AKRON/FAMILY
Quando: hoje, às 20h
Onde: Cinemateca (lgo. Senador Raul
Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 0/xx/
11/ 4003-2245)
Quanto: R$ 60 (R$ 30 p/ estudantes)
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