São Paulo, domingo, 20 de maio de 2007

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Akron encerra Resfest, na Cinemateca

ADRIANA FERREIRA SILVA
EDITORA DO GUIA DA FOLHA

Eles não são jovens bonitinhos. Não são o "hype" do momento. E muito menos fazem uma mistura inusitada de ritmos modernos. O som do Akron/Family, aliás, pode bem ser classificado como "tradicional", com influências de country, rock, free jazz.
Mas, para quem já viu (há trechos no YouTube), o show dos caras é uma experiência inesquecível, que os paulistanos poderão conferir hoje, encerrando o festival Resfest.
O Akron/Family é formado por quatro barbudos que saíram de pequenas cidades dos Estados Unidos e se encontraram em Nova York, mais especificamente num minúsculo apartamento do badalado Brooklyn, onde passaram a exercer a "seita" AK.
"Não é exatamente uma religião", explica o multiinstrumentista Ryan Palmer Vanderhoof. "O Michael, da gravadora [Young God Records], criou essa idéia baseado em nosso entusiasmo e na maneira como encaramos a música que, para nós, é algo espiritual. Que toca as pessoas."
Essa mística não está apenas na maneira como os integrantes do Akron/Family vêem a profissão mas também nas letras das canções de seu disco mais recente, "Meek Warrior" (2006), que têm títulos como "Blessing Force" (força de uma oração) e "Love and Space", e falam sobre amor, golfinhos e outros temas "ripongas", que eles entoam em coro.
Embalando tudo isso, uma sonoridade que flerta com o country, o rock dos Beatles, as guitarras distorcidas de bandas como o Sonic Youth e as improvisações de Miles Davis.
"Nossa música é muito dinâmica", fala Vanderhoof. "Temos referências de todos os tipos e, claro, grande influência de Beatles, Led Zeppellin, Neil Young. Mas também ouvimos muito hip hop."

Comunhão
Em disco, essa coisa toda soa muito bem -ouça faixas em www.myspace.com/akak. Mas é ao vivo que o Akron/Family surpreende.
A Folha assistiu a uma dessas performances em abril, no festival Printemps de Bourges, na França. Aparentemente, poucas pessoas da platéia conheciam a banda, mas isso não impediu que todas acompanhassem empolgadas, cantando e dançando.
Ao final, alguns receberam instrumentos de brinquedo e outros badulaques, e subiram no palco para tocar com o grupo, numa grande comunhão.
"Quando nos apresentamos, estamos realmente nos divertindo. Não temos vergonha de expressar nossos sentimentos.
Acho que as pessoas vêem isso e acabam gostando", acredita Vanderhoof.
"Sempre tentamos tocar as músicas de maneira empolgada e grandiosa, para que a audiência se sinta à vontade para fazer parte disso. Não somente como convidados, mas como integrante da banda", afirma ele.
"Nossa intenção é inspirar as pessoas a serem criativas por elas mesmas", completa o instrumentista. "E também queremos que todos tenham uma grande experiência."


RESFEST - AKRON/FAMILY
Quando:
hoje, às 20h
Onde: Cinemateca (lgo. Senador Raul Cardoso, 207, Vila Mariana, tel. 0/xx/ 11/ 4003-2245)
Quanto: R$ 60 (R$ 30 p/ estudantes)


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