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crítica
Visão ácida da elite latina marca "Déficit"
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
No vocabulário da
geração a que
pertencem os
personagens de "Déficit",
Gael é um gato, mas tem
conteúdo. Sua visão ácida
das elites latinas, representadas por pais ausentes
e salafrários, se traduz na
irresponsabilidade e na
falta de horizontes de seus
filhos, reunidos com os
amigos (e, em nome do
contraste social, com alguns empregados) numa
luxuosa casa de campo.
Dedicado a "todas as vítimas da impunidade", o
filme se sustenta bem como leitura política, sem
recorrer a discursos ou
metáforas óbvias para se
fazer entender, mas só
funciona porque os dramas daqueles meninos e
meninas crescidos são interpretados por quem parece compreendê-los, levando o espectador à sensação de também participar desse final melancólico de festa.
Avaliação: bom
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