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Crítica/"Love Life"
Obra traz fusão e superação de medos em Israel
SÉRGIO RIZZO
CRÍTICO DA FOLHA
Há algo de "último tango em Jerusalém" na
relação entre uma jovem (a israelense Netta Garti) e
um homem mais velho (o croata Rade Sherbedgia) que faz andar "Love Life". Mas, diferentemente do filme de Bernardo
Bertolucci, quem dá as cartas
aqui são as mulheres.
Em sua estréia na direção, a
atriz alemã Maria Schrader
adapta o romance "Vida Amorosa" (1997), da israelense Zeruya Shalev, que até faz uma
ponta no filme.
Seu livro é narrado em primeira pessoa por Ya'ara -mulher casada que se envolve com
um amigo dos pais- e mergulha o leitor no caldeirão de
emoções da personagem, com
lirismo e erotismo intensos. O
cinema oferece dificuldades
naturais para atingir esse resultado, mas "Love Life" não se intimida com isso e procura seguir a mesma trilha a partir da
abertura, que apresenta um tema paralelo, o medo de atentados terroristas em Israel.
Medo, por sinal, é o sentimento com o qual Ya'ara lida o
tempo todo -na relação obsessiva que a consome, na descoberta de mistérios da família e
também ao evitar andar de ônibus. Tudo vai doer muito, nela e
nos outros, mas a transformará, de verdade, em mulher.
LOVE LIFE
Direção: Maria Schrader
Quando: hoje, no Cine TAM sala 3,
às 19h; e no dia 22, no Unibanco Arteplex 2, às 18h20
Classificação: não indicado a menores de 12 anos
Avaliação: regular
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