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Crítica/"Waterwall"
Espetáculo aquático escorrega com bailarinos
SYLVIA COLOMBO
EM BUENOS AIRES
Os chamados "esportes radicais" estão na moda já há algum
tempo no Brasil, assim como as
aulas alternativas que as academias de ginástica inventam para atrair clientes, oferecendo-lhes, além de gastar calorias,
um "clima de aventura" -que
inclui desde imitar danças de
rua dos subúrbios de Nova
York a escalar a fachada das
próprias escolas.
Muito bem, para quem curte
esse tipo de entretenimento, o
espetáculo "Waterwall", que
estréia hoje em São Paulo, é
uma excelente opção.
Mas quem imaginou, a partir
da publicidade do evento, que
se trata de uma produção eletrizante pode se preparar para
dar, literalmente, com os burros n'água. Seca ou molhada, a
coreografia dos artistas-acrobatas da companhia italiana
Materiali Resistenti Dance
Factory, dirigida pelo coreógrafo Ivan Manzoni, não tem pé
nem cabeça.
O único atrativo do show é a
imensa estrutura metálica que
faz com que 20 mil litros de
água jorrem no palco enquanto
os bailarinos tentam fazer de
escorregões coordenados e espirros de jatos no público uma
manifestação artística.Há pouco menos de um mês, "Waterwall" passou por Buenos Aires
e foi exibido num dos tradicionais teatros da avenida Corrientes. O espetáculo dura pouco mais de uma hora e o elenco
é formado por 16 bailarinos, entre eles o paulista Luis Augusto
Mangini, 28, que, depois de ir
morar na Europa e se juntar ao
grupo, apresenta-se pela primeira vez em São Paulo.
Minutos antes de começar,
os espectadores da primeira fileira são cobertos com um plástico. Depois, seguem-se cenas
que evocam fábricas abandonadas, praias de surfistas do Havaí e aquários de peixes com
barbatanas esquisitas.
Numa cidade como Buenos
Aires, sai-se de um espetáculo
assim com a sensação de ter
perdido pelo menos uns dois ou
três outros eventos culturais
que valeriam mais a pena ter
visto do que este. Não deverá
ser muito diferente disso em
São Paulo...
WATERWALL
Quando: hoje e dias 22 a 25, 28 e
30, qua. e qui., às 21h30; sex., às
22h; sáb., às 17h e 22h; dom., às 16h
e 21h
Onde: Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, tel. 6846-6010;
classificação: 14 anos)
Quanto: R$ 60 a R$ 160
Avaliação: péssimo
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