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Cantor português JP Simões toca seu "luso-samba" no Sesc Pompéia
Influenciado por Chico Buarque, músico recebe Teresa Cristina em show
DANIELA ARRAIS
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ele chegou a jogar bola com
Chico Buarque no final do ano
passado, em Portugal, durante
as filmagens de um documentário sobre a influência do cantor brasileiro nos músicos lusitanos ["Meu Caro Amigo Chico", em produção]. Seu time, o
dos portugueses, perdeu para
os brasileiros por 1 a 0.
Fora de campo, a rivalidade
daquele momento é deixada de
lado, e o cantor e compositor
português JP Simões, 37, revela-se um apaixonado pela obra
do brasileiro -resultado que
transparece em "1970", seu primeiro disco solo, lançado no
início do ano em Portugal e
apresentado hoje e amanhã no
Sesc Pompéia, com participação especial da sambista carioca Teresa Cristina.
Até julho, o show passará pelo Rio de Janeiro e por Nova
Olinda, no Ceará.
Nascido em Coimbra, em
1970, Simões morou no Rio durante um ano e meio na infância. "Minhas lembranças musicais mais afetivas começaram
ali." No rol de influências do
cantor, os brasileiros são os primeiros: Tom Jobim, Vinicius
de Moraes, Edu Lobo. Em seguida, os trovadores Tom Waits
e Leonard Cohen. O resultado
da mistura ele classifica como
"fossa nova" ou "luso-samba".
Em sua música, a melancolia
portuguesa se soma a um samba criado por quem "não sabe
fazer samba como os sambistas". Em "1970 (Retrato)", Simões canta desilusão, voltada
contra sua própria geração.
Em "Fábula Bêbada", o cantor retoma a imagem da cidade
pulsante de "Construção", de
Chico. "Músico mais admirado
por músicos do que pelo público", em sua própria definição,
Simões, que fez parte do Quinteto Tati (que aposta na sonoridade jazzística), não sabe o que
esperar dos shows no Brasil.
"Nem sabia que me conheciam aqui. Espero que gostem
da minha música", diz Simões.
JP SIMÕES
Quando: hoje e amanhã, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93,
Pompéia, tel. 3871-7700)
Quanto: R$ 5 a R$ 15
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