São Paulo, segunda-feira, 21 de junho de 2010

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CRÍTICA DOCUMENTÁRIO

Filme sobre consultor de RH fictício demonstra as inconsistências da mídia

Eduardo Barillari/Divulgação
O consultor de RH (Leonrado Camilo) distribuindo abraços

ALEXANDRE AGABITI
FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O consultor de RH Ary Itnem chama a atenção da mídia com a "teoria do abraço", de origem supostamente britânica, que resolveria uma doença chamada "inércia do afastamento", causada pelo uso excessivo das novas tecnologias na comunicação interpessoal.
Itnem ocupa um bom espaço em vários meios de comunicação, com sorriso fácil e retórica idem. A pretensa teoria é um amontoado de lugares-comuns, mas raríssimos foram os jornalistas que procuraram se informar a respeito.
O próprio Itnem não existe -saberemos mais adiante-, é uma invenção do diretor e jornalista Ricardo Kauffman.
Itnem virou celebridade no YouTube, com milhares de acessos aos vídeos em que aparece dando abraços na avenida Paulista.
A TV logo o mostrou na mesma situação e jornais, revistas, rádios e sites também caíram na armadilha.
Enquanto esta trama se desenvolve, vemos entrevistas de personalidades como Eugênio Bucci, Contardo Calligaris, Juca Kfouri, Heródoto Barbeiro e o ex-governador de São Paulo Cláudio Lembo, que falam sobre as inconsistências da imprensa.
Kauffman critica o olhar apressado e indiferente que a imprensa lança aos assuntos, nestes tempos em que a velocidade é um dado essencial da produção e do consumo de informação.
"Abraço Corporativo" mostra que não é preciso ser nenhum gênio do ilusionismo para tirar partido das fragilidades da mídia.


O ABRAÇO CORPORATIVO

DIREÇÃO Ricardo Kauffman
PRODUÇÃO Brasil, 2009
ONDE Belas Artes
CLASSIFICAÇÃO livre
AVALIAÇÃO bom



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