Jazzista italiana se apresenta com o quinteto de Roy Hargrove no Bourbon Street

Cantora, que cancelou show em outubro por problemas nas cordas vocais, promete apresentação "divertida" com trompetista hoje

Divulgação

Roberta Gambarini, que canta também no Rio a partir de amanhã

CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Os fãs desapontados pelo cancelamento do show da cantora Roberta Gambarini no último Tim Festival, em outubro, já podem esquecer aquela decepção. A jazzista italiana, considerada uma das grandes revelações do gênero nesta década, apresenta-se com o quinteto do trompetista Roy Hargrove, hoje no Bourbon Street, em São Paulo, e de quinta a sábado no Mistura Fina, no Rio.
"Fiquei muito triste por não ter podido ir ao Brasil", diz ela à Folha, por telefone, de Nova York, onde vive desde 1999.
"Tive que deixar minha voz em repouso total por algumas semanas, mas já estou recuperada", justifica, lembrando que o problema nas cordas vocais também a impediu de fazer um concerto no Lincoln Center com o trompetista Wynton Marsalis, além de algumas apresentações com o saxofonista James Moody.
Comparada com freqüência à diva do jazz Ella Fitzgerald (1917-1996), Roberta Gambarini diz que, além de ter sido influenciada por ela, possui um "vínculo sentimental" com a americana. "Comecei a ouvir Ella e Louis Armstrong aos dois anos de idade. Só o fato de ser mencionada em uma mesma frase que Ella já é uma grande honra para mim. E uma grande responsabilidade."

Superlativos
A cantora não economiza superlativos ao se referir ao veterano pianista Hank Jones, com o qual divide seu segundo álbum, "You're There" (Universal), recém-lançado no Brasil. "Eu me sinto abençoada ao cantar com um músico tão fantástico. É algo próximo à sensação de estar no céu", diz, e comenta que os dois planejam reeditar a parceria em breve.
Quanto à atual temporada ao lado do talentoso Roy Hargrove, com o qual já se apresentou no mesmo Bourbon Street, a cantora prefere fazer um certo mistério. "Roy e eu somos velhos amigos, tocamos juntos há uns oito anos. Vamos fazer coisas bem diferentes nesse show, mas quero manter a surpresa.
Só posso dizer que vai ser um show divertido", despista. Antecipa apenas algo de sua parte solo. "Vou cantar algumas canções de meus dois discos e alguma coisa nova."
E qual é a definição pessoal de jazz de Roberta Gambarini?
"Para mim, jazz é antes de tudo a liberdade de ser quem você é.
Essa é a primeira coisa que vem à minha mente quando se trata de jazz. Aliás, quando penso em qualquer música, liberdade é algo essencial", conclui.