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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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MÚSICA

Apresentação no Olympia marca retorno da banda brasileira ao circuito mundial e lançamento de um novo disco

Sepultura ensaia seus novos passos em SP

Divulgação
Igor Cavalera, Paulo Jr., Derrick Green e Andreas Kisser, integrantes do grupo de metal Sepultura


DIEGO ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto os engenheiros do estúdio giram os botões e dão os últimos retoques ao décimo álbum da épica carreira do Sepultura, a mais bem-sucedida banda da história do heavy nacional sobe ao palco do Olympia hoje à noite para o último show no Brasil antes de retomar sua há tempos esfriada rotina de apresentações nos quatro cantos do planeta.
"Nosso nome ainda é forte. Os fãs da banda estão entre os mais fiéis do "music business" lá fora", afirma Andreas Kisser, 34. Para o guitarrista do Sepultura, a quase meia década em que ficaram distantes do mercado internacional se deveu principalmente aos desencontros com sua antiga gravadora, a Roadrunner, que "não acreditava no Derrick [Green, vocalista que substituiu Max Cavalera em 1997]". "Tem muita gente que não gosta dele. Tem quem gosta. Tem muita gente que não gosta do "Roots" porque o Carlinhos Brown participou. O importante é que nós acreditamos no futuro do Sepultura."
Considerado pelos próprios integrantes como um disco de transição, gravado durante a transferência da banda para a gravadora brasileira FNM, o álbum de covers "Revolusongs" é o pano de fundo da nem tão "mini" turnê que o grupo pretende fazer nos próximos meses, antes do lançamento do novo disco. "Vamos fazer umas apresentações promocionais na Europa agora, depois vamos para os Estados Unidos e, em seguida, retornamos à Europa para tocar nos grande festivais de verão de lá", enumera Kisser.
Além das covers ("Messiah", do Hellhamer, "Bullet the Blue Sky", do U2, "Piranha", Exodus...), o Sepultura promete repassar antigas conhecidas de seus álbuns anteriores e, de lambuja, executar uma ou outra faixa do novíssimo "Roorback", com lançamento previsto para maio.
Doze faixas rápidas e cruas, sem firulagem e sem participações especiais (à exceção do baterista João Barone, do Paralamas do Sucesso), assim define seu novo "filho" o guitarrista Andreas Kisser.
O indício de que, quando o assunto é política, o Sepultura não está -nem nunca esteve- para brincadeira vem estampado na própria capa do CD: o termo "Roorback", em inglês, significa "mentira ou história falsa usada para conseguir vantagens políticas". Os títulos das faixas confirmam: "Corrupted" (corrompido) e "Mindwar" (mentalidade de guerra). "O disco expressa bem o que a gente acha disso tudo aí", adianta Kisser, em referência à política de bombardeios do presidente George W. Bush em relação ao Iraque.

SEPULTURA. Show de lançamento do CD "Revolusongs". 14 anos. Quando: hoje, às 20h. Onde: Olympia (r. Clélia, 1.517, Água Branca, tel. 3866-3000). Quanto: de R$ 35 a R$ 60.


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