São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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MÚSICA

Orquestra Imperial, que reúne músicos como Moreno Veloso, Kassin e Thalma de Freitas, traz baile a São Paulo

Orquestra promove gafieira psicodélica

Dani Dacorso/Divulgação
Integrantes da Orquestra Imperial, que se apresenta na sexta e no sábado, no Sesc Pompéia


ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa entre os que conhecem é grande. Quem nunca ouviu falar, pode correr atrás de seu ingresso, pois restam poucos.
Por que tanto alarde? Trata-se da festa-baile dos cariocas da Orquestra Imperial, que faz uma de suas raras aparições em São Paulo, em dois dias, no Sesc Pompéia.
Formada por 19 músicos -e outro tanto de convidados-, a big band tem um elenco estelar, que reúne alguns dos mais criativos artistas da nova cena do Rio.
Entre eles, Domenico Lancellotti, Kassin e Moreno Veloso, do trio + 2, Rodrigo Amarante, do Los Hermanos, o produtor Berna Ceppas, o guitarrista Pedro Sá e o tecladista Rubinho Jacobina, além das cantoras Nina Becker e Thalma de Freitas. Badalados no Rio, onde fazem temporadas concorridas, com milhares de pessoas lotando seus shows, a fama da Orquestra Imperial atravessou fronteiras: eles já tocaram nos Estados Unidos e em Portugal e irão estrear em Londres em 20 de maio.
A repercussão se deve a uma criativa mistura de músicas próprias, marchinhas de Carnaval, sambas, hits bregas e hinos roqueiros, interpretados no formato das antigas orquestras de gafieira. Essa fórmula, segundo Kassin, um de seus inventores, "deu certo, mas era para dar errado".

Improvisação
A trajetória da Imperial começou em 2000, quando Kassin e Berna Ceppas foram contratados para uma série de shows no Ballroom, mas não tinham um projeto adequado ao tamanho da casa de espetáculos carioca.
"Eu e Domenico queríamos fazer uma orquestra de gafieira há algum tempo. Inventamos um nome na hora, falamos que tínhamos uma orquestra, mas não tínhamos", lembra Kassin, 32.
Há menos de três dias da estréia, a dupla convocou os amigos para a empreitada, fez alguns ensaios e virou história. "Era para durar só quatro segundas-feiras, mas todo mundo adorou fazer, e todo mundo adorou ver", diz Kassin.
Naquela época, os cantores Seu Jorge -que deixou a banda- e Thalma de Freitas dividiram os vocais com Marisa Monte, Caetano Veloso, Erasmo Carlos, Elza Soares e Fernanda Abreu, entre outras celebridades que freqüentaram a temporada. Alguns deles, como o baterista Wilson das Neves e o guitarrista Nelson Jacobina, acabaram se integrando e hoje fazem parte do projeto.
Ainda que a inspiração seja as antigas bandas de salão, como a tradicional Orquestra Tabajara, o espírito é outro. "Foi a primeira vez que todo mundo foi parar nesse estilo", diz Kassin. "Tocamos de tudo, baseados na formação de uma orquestra de gafieira, mas são visíveis as nossas influências de rock. Não conseguimos tocar baixo."
As apresentações, que chegam a durar até cinco horas -em São Paulo serão apenas duas horas-, estão muito mais para um baile do que para um concerto. "É uma parada para dançar. A idéia nunca é ser um show", explica Kassin.
O repertório, segundo a vocalista Nina Becker, tem "bizarrices", como versões para músicas de Yes e de Sérgio Malandro ("vem meu amor, vem fazer glu-glu..."). "Temos uma metodologia de trabalho curiosa: não tem ensaio, escolhemos o repertório na hora. É uma grande jam session", diz ela.

Orquestra Imperial
Quando:
sex. e sáb., às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, Lapa, tel. 3871-7700
Quanto: de R$ 5 a R$ 15


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