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México é tema do Festival de Cinema Latino-Americano
Curador diz que país exemplifica debate sobre produção latina na era da globalização
Seleção tem 120 filmes, com exibição grátis em três locais de SP, a partir de amanhã; longa argentino abre mostra hoje, só para convidados
Divulgação
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Cena do filme "Reed, México Insurgente", produção do homenageado diretor mexicano Paul Leduc, realizada em 1973 |
DA REPORTAGEM LOCAL
O Festival de Cinema Latino-Americano escolheu um título
argentino -"As Leis de Família", de Daniel Burman- para
abrir, hoje, sua segunda edição.
Mas é o México o país-exemplo do debate que quer promover o curador do festival, o cineasta João Batista de Andrade, e que ele define assim: "Como o cinema latino se coloca no
processo da globalização?".
Andrade cita a presença dos
cineastas mexicanos Guillermo
del Toro ("O Labirinto do Fauno") e Alejandro González
Iñárritu ("Babel") no Oscar
deste ano como exemplo de que
"o cinema latino conserva as
raízes da renovação dos anos
60, mas foi se abrindo tematicamente e em propostas de linguagem e criando talentos".
Se a produção latina mudou,
permanece, contudo, segundo
Andrade, "o problema crônico
nas cinematografias latinas que
é a dificuldade de domínio sobre seus próprios mercados".
É esse "o nó" que o festival
quer discutir, encarando Hollywood como oponente. "O fato
de ser uma boa cinematografia
não lhe dá direito [aos EUA] de
sufocar as indústrias culturais
nacionais", afirma Andrade,
que antecedeu o atual secretário de Estado da Cultura de São
Paulo, João Sayad, no cargo.
O ex-secretário diz que recebeu o convite para ser curador
do Festival de Cinema Latino-Americano do governador José
Serra, com quem tem "uma relação histórica", desde que
"apoiou a campanha dele para
presidente da UNE, em 1963".
O Festival de Cinema Latino-americano exibirá, até o próximo domingo, um total de 120
filmes, com entrada franca. As
sessões ocorrem no Memorial
da América Latina, na Sala Cinemateca e no Cinesesc.
O curador define a seleção
como "ampla e muito generosa;
[com títulos] do passado e do
presente". Homenageado, o diretor mexicano Paul Leduc dá
aula magna no dia 28 e tem seis
longas na mostra, realizados
entre 1973, "Reed, México Insurgente", e 1997, "A Flauta de
Bartolo". Mais recente obra de
Leduc, "O Cobrador" (2006),
está ausente, mas disputa em
agosto o Festival de Gramado.
Sobre a ausência de produções mais recentes na programação, Andrade diz que "às vezes o cineasta está guardando o filme para outro festival".
(SILVANA ARANTES)
2º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO
Quando: de amanhã a domingo (hoje,
abertura para convidados)
Quanto: entrada franca
Onde: Memorial da América Latina, Cinesesc, Sala Cinemateca
Programação e endereços:
www.festlatinosp.com.br
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