São Paulo, segunda-feira, 23 de julho de 2007

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México é tema do Festival de Cinema Latino-Americano

Curador diz que país exemplifica debate sobre produção latina na era da globalização

Seleção tem 120 filmes, com exibição grátis em três locais de SP, a partir de amanhã; longa argentino abre mostra hoje, só para convidados

Divulgação
Cena do filme "Reed, México Insurgente", produção do homenageado diretor mexicano Paul Leduc, realizada em 1973


DA REPORTAGEM LOCAL

O Festival de Cinema Latino-Americano escolheu um título argentino -"As Leis de Família", de Daniel Burman- para abrir, hoje, sua segunda edição. Mas é o México o país-exemplo do debate que quer promover o curador do festival, o cineasta João Batista de Andrade, e que ele define assim: "Como o cinema latino se coloca no processo da globalização?".
Andrade cita a presença dos cineastas mexicanos Guillermo del Toro ("O Labirinto do Fauno") e Alejandro González Iñárritu ("Babel") no Oscar deste ano como exemplo de que "o cinema latino conserva as raízes da renovação dos anos 60, mas foi se abrindo tematicamente e em propostas de linguagem e criando talentos". Se a produção latina mudou, permanece, contudo, segundo Andrade, "o problema crônico nas cinematografias latinas que é a dificuldade de domínio sobre seus próprios mercados".
É esse "o nó" que o festival quer discutir, encarando Hollywood como oponente. "O fato de ser uma boa cinematografia não lhe dá direito [aos EUA] de sufocar as indústrias culturais nacionais", afirma Andrade, que antecedeu o atual secretário de Estado da Cultura de São Paulo, João Sayad, no cargo.
O ex-secretário diz que recebeu o convite para ser curador do Festival de Cinema Latino-Americano do governador José Serra, com quem tem "uma relação histórica", desde que "apoiou a campanha dele para presidente da UNE, em 1963".
O Festival de Cinema Latino-americano exibirá, até o próximo domingo, um total de 120 filmes, com entrada franca. As sessões ocorrem no Memorial da América Latina, na Sala Cinemateca e no Cinesesc.
O curador define a seleção como "ampla e muito generosa; [com títulos] do passado e do presente". Homenageado, o diretor mexicano Paul Leduc dá aula magna no dia 28 e tem seis longas na mostra, realizados entre 1973, "Reed, México Insurgente", e 1997, "A Flauta de Bartolo". Mais recente obra de Leduc, "O Cobrador" (2006), está ausente, mas disputa em agosto o Festival de Gramado.
Sobre a ausência de produções mais recentes na programação, Andrade diz que "às vezes o cineasta está guardando o filme para outro festival". (SILVANA ARANTES)


2º FESTIVAL DE CINEMA LATINO-AMERICANO
Quando:
de amanhã a domingo (hoje, abertura para convidados)
Quanto: entrada franca
Onde: Memorial da América Latina, Cinesesc, Sala Cinemateca
Programação e endereços: www.festlatinosp.com.br


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