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CRÍTICA
Divertida, comédia entretém as crianças
MÔNICA RODRIGUES DA COSTA
EDITORA DA FOLHINHA
Um elenco de primeiro time
está reunido numa comédia
divertida para entreter as férias
das crianças. Apesar de "Pequenos Grandes Astros" provocar a
sensação de déjà vu da maioria da
produção de qualidade média para o público infantil: roteiros parecidos, cenas previsíveis, com
ações que o espectador prevê e logo mais confirma a ocorrência.
É assim com "Meu Papai É Noel
2", que está nos cinemas, ou com
"O Planeta do Tesouro", que entrará em cartaz em 10 de janeiro. É
raro a indústria cultural alcançar
a excelência de desenhos animados antológicos dos estúdios Disney, como "Branca de Neve e os
Sete Anões", ou de recriações como "Shrek".
É ilusão ter a expectativa de que
vá surgir uma "Emília no País da
Gramática" (Monteiro Lobato)
ou um "Peter Pan" (James Barrie)
a cada verão. De qualquer modo,
mal não faz.
"Pequenos Grandes Astros"
tem a vantagem de tocar em temas que são motivo de angústia
infantil: pobreza, orfandade, preconceito. Calvin (Lil" Bow Wow) é
negro, baixinho, pobre e sonha
em ser jogador de basquete. Vende bala com os amigos nos faróis,
em cenas que poderiam estar em
filmes brasileiros, argentinos,
norte-americanos.
O personagem mora num orfanato onde um diretor de caráter
duvidoso e péssimo educador ignora o mais importante: a disputa
feroz entre as crianças da instituição. Vive numa sociedade competitiva, cruel, antiética.
Um dia, ele e seu melhor amigo,
Murph (Jonathan Lipnicki), encontram um par de tênis com as
iniciais "M.J.". Era o elemento
mágico que faltava. Ou será o "objeto transformacional" de que fala
Melaine Klein? Calvin só joga com
os tênis e até dorme com eles. As
aventuras maravilhosas só acontecem depois desse evento, iguais
às dos contos de fada.
Calvin entra para um time de
basquete profissional que estava
numa fase ruim, conquista vitórias, fica rico e ainda consegue ser
adotado, junto com Murph, por
Tracey, seu instrutor no time
(Morris Chestnut).
O mérito do filme é a atuação
desses profissionais da arte de
dramatizar, que conseguem
transformar a banalidade de um
sonho de infância, impossível de
ser realizado (ninguém acredita
mais em "self-made men"), em
canções de ritmo ágil (o filme é
rap) e jogadas sensacionais, mesmo para um leigo no esporte.
Uma das melhores cenas é a lição de casa feita nas paredes da
mansão de Tracey, quando ele ensina geometria a Calvin tomando
o basquete como metáfora.
Pequenos Grandes Astros
Like Mike
Direção: John Schultz
Produção: EUA, 2002
Com: Lil' Bow Wow, Robert Foster
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