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Crítica
Los Hermanos reata namoro com seus fãs
RAQUEL COZER
DA REPORTAGEM LOCAL
A presença maciça do público no fim da tarde de
domingo para assistir
ao Los Hermanos, após a "semidespedida" de 2007, não dava pista de que aquilo era "só"
um show de abertura.
Nem a atração principal da
noite conseguiu tantas vozes
cantando em uníssono todas as
músicas do início ao fim - mas
isso é o que se espera de um
show do Los Hermanos; a reação da plateia é parte indissociável do espetáculo.
Para quem não estava enfurnado entre berros e braços para
o alto no meião da galera, no
entanto, o show passou mais algo de uma recepção amigável,
de segunda chance no namoro,
que da euforia de culto que dominou as noites de despedida
da banda na Fundição Progresso. Das laterais, até ouvia-se, e
bem, as vozes dos vocalistas
Marcelo Camelo e Rodrigo
Amarante, algo quase inédito.
Os competentes músicos cariocas responderam com o
show que se espera deles, com
"Todo Carnaval Tem Seu Fim",
"O Vencedor" e "A Flor" (a "Satisfaction" hermana), com o
naipe de metais que já nos discos enriquece os bem-sucedidos arranjos musicais e com direito a dancinhas e frases emocionadas de um genuíno Amarante ("Tem muita gente aqui, Deus do céu!").
No geral, o clima era de "não
tô muito a fim de novidade", como na letra de "Deixa o Verão"
(de Amarante, cantada por ele
mesmo no show). A apresentação foi bem equilibrada entre
os hits dos três últimos álbuns
de estúdio ("Bloco do Eu Sozinho", "Ventura" e "4"). E foi
praticamente idêntica à realizada pelos barbudos no braço
carioca do festival. Inclusive
nas "surpresas", duas músicas
que há tempos eles não tocavam, "Assim Será" e a acelerada
"Cher Antoine" -e ficou claro
o desperdício que foi ignorar
esta última, com enorme vocação para levantar o público, por
anos a fio.
Se por alguns momentos a
apresentação pareceu meio
morna, quase arrastada, as milhares de vozes do público -a
maior equipe de backing vocals
que um grupo brasileiro que
não seja de axé consegue ostentar atualmente - ajudaram a
levar mais de uma hora de músicas para agradar a fãs e desavisados. E era apenas o começo.
Avaliação: bom
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