São Paulo, domingo, 24 de maio de 1998

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SHOW
Com a participação de Zeca Baleiro e Luiz Melodia, a cantora baiana interpreta músicas do disco "Acústico"
Gal Costa revê carreira no Ibirapuera

BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local

A cantora Gal Costa faz hoje, em sua apresentação no parque Ibirapuera, um balanço de sua carreira. "Será um show simples, em que revejo canções dos anos 60 e 70, mas com uma interpretação superior às que fiz na época."
O repertório da apresentação de Gal será centrado nas canções do seu último disco,"Acústico" (97), que vendeu 500 mil cópias.
Em entrevista à Folha, Gal Costa falou sobre o show, o novo trabalho e disse ver com bons olhos a aproximação da MPB com o rock.

Folha - O repertório do show é centrado em canções dos anos 60 e 70. Você considera esse o melhor momento de sua carreira?
Gal Costa -
Considero esse um dos momentos especiais de minha vida. Passei por diferentes fases. A atual é uma revisão, mais madura, da minha história, de minha vida. Regravei as músicas de uma maneira nova. Foi a forma que encontrei para fazer um balanço histórico da minha carreira. As canções de "Acústico" são eternas.
Folha - Em seu próximo disco, você pretende retornar à fase mais elétrica e carnavalesca de seu trabalho, de discos como "Fatal" (71) e "Gal Tropical" (79), ou seguir a linha de álbuns mais elaborados, como "Mina D'Água do Meu Canto" (95) e "Acústico"?
Gal -
Ainda não defini como soará meu novo trabalho, estou ainda envolvida com meu último disco. Quanto ao novo CD, ainda este ano entro em estúdio para gravar. O álbum só trará canções inéditas - com músicas de compositores da nova geração, como Lenine, Chico César, Nando Reis, José Miguel Wisnick, Zeca Baleiro e Herbert Vianna. Mas também haverá canções de Chico Buarque, Caetano Veloso e Djavan.
Folha - O grande número de discos acústicos que vêm sendo gravados ultimamente não pode provocar o desgaste do gênero?
Gal -
Não acredito que o gênero vá se desgastar. A permanência desse estilo depende da qualidade dos trabalhos, e todos têm mantido essa excelência. Além disso, fazer disco acústico não é garantia de que se vai vender milhões de cópias. Acho importante o projeto "Acústico" da MTV, porque trouxe outra sonoridade para as bandas de rock, fazendo com que estas se aproximassem da MPB.
Folha - Zeca Baleiro, que participa de "Acústico" e que você ajudou a revelar, recebeu o Prêmio Sharp em três categorias. Você acredita que ele irá se consagrar?
Gal -
Fiquei muito feliz com as premiações de Zeca Baleiro e de Lenine. Sem dúvida, acredito que eles são alguns dos grandes compositores da nova geração.
Folha - Como admiradora de Jackson do Pandeiro e de Luiz Gonzaga, como vê o sucesso que o forró vem fazendo entre jovens?
Gal -
Acho muito positiva a aproximação da juventude com os ritmos nordestinos, seja pelo forró ou por meio de grupos que estão somando a música nordestina às guitarras elétricas. O tropicalismo foi um movimento que valorizou os artistas do Nordeste.
Folha - O repertório do show será idêntico ao de "Acústico" ou você reserva alguma surpresa?
Gal -
O show trará o repertório de "Acústico", além de canções de Tom Jobim e músicas que já gravei, mas não incluí no disco. Haverá participações de Zeca Baleiro (em "À Flor da Pele", recriação que fez de "Vapor Barato") e de Luiz Melodia (em "Pérola Negra").


Show: Gal Costa Acústico Quando: hoje, às 11h Onde: parque Ibirapuera (praça da Paz, s/nš, Ibirapuera, região sudeste, s/tel.) Quanto: grátis
Patrocínio: Pão de Açúcar



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