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SHOW
Com a participação de Zeca Baleiro e Luiz Melodia, a cantora baiana interpreta músicas do disco "Acústico"
Gal Costa revê carreira no Ibirapuera
BRUNO GARCEZ
da Reportagem Local
A cantora Gal Costa faz hoje, em
sua apresentação no parque Ibirapuera, um balanço de sua carreira.
"Será um show simples, em que
revejo canções dos anos 60 e 70,
mas com uma interpretação superior às que fiz na época."
O repertório da apresentação de
Gal será centrado nas canções do
seu último disco,"Acústico"
(97), que vendeu 500 mil cópias.
Em entrevista à Folha, Gal Costa
falou sobre o show, o novo trabalho e disse ver com bons olhos a
aproximação da MPB com o rock.
Folha - O repertório do show é
centrado em canções dos anos 60
e 70. Você considera esse o melhor
momento de sua carreira?
Gal Costa - Considero esse um
dos momentos especiais de minha
vida. Passei por diferentes fases. A
atual é uma revisão, mais madura,
da minha história, de minha vida.
Regravei as músicas de uma maneira nova. Foi a forma que encontrei para fazer um balanço histórico da minha carreira. As canções
de "Acústico" são eternas.
Folha - Em seu próximo disco, você pretende retornar à fase mais
elétrica e carnavalesca de seu trabalho, de discos como "Fatal" (71)
e "Gal Tropical" (79), ou seguir a
linha de álbuns mais elaborados,
como "Mina D'Água do Meu Canto" (95) e "Acústico"?
Gal - Ainda não defini como
soará meu novo trabalho, estou
ainda envolvida com meu último
disco. Quanto ao novo CD, ainda
este ano entro em estúdio para
gravar. O álbum só trará canções
inéditas - com músicas de compositores da nova geração, como
Lenine, Chico César, Nando Reis,
José Miguel Wisnick, Zeca Baleiro
e Herbert Vianna. Mas também
haverá canções de Chico Buarque,
Caetano Veloso e Djavan.
Folha - O grande número de discos acústicos que vêm sendo gravados ultimamente não pode provocar o desgaste do gênero?
Gal - Não acredito que o gênero
vá se desgastar. A permanência
desse estilo depende da qualidade
dos trabalhos, e todos têm mantido essa excelência. Além disso, fazer disco acústico não é garantia de
que se vai vender milhões de cópias. Acho importante o projeto
"Acústico" da MTV, porque
trouxe outra sonoridade para as
bandas de rock, fazendo com que
estas se aproximassem da MPB.
Folha - Zeca Baleiro, que participa de "Acústico" e que você ajudou a revelar, recebeu o Prêmio
Sharp em três categorias. Você
acredita que ele irá se consagrar?
Gal - Fiquei muito feliz com as
premiações de Zeca Baleiro e de
Lenine. Sem dúvida, acredito que
eles são alguns dos grandes compositores da nova geração.
Folha - Como admiradora de
Jackson do Pandeiro e de Luiz
Gonzaga, como vê o sucesso que o
forró vem fazendo entre jovens?
Gal - Acho muito positiva a
aproximação da juventude com os
ritmos nordestinos, seja pelo forró
ou por meio de grupos que estão
somando a música nordestina às
guitarras elétricas. O tropicalismo
foi um movimento que valorizou
os artistas do Nordeste.
Folha - O repertório do show será
idêntico ao de "Acústico" ou você
reserva alguma surpresa?
Gal - O show trará o repertório
de "Acústico", além de canções
de Tom Jobim e músicas que já
gravei, mas não incluí no disco.
Haverá participações de Zeca Baleiro (em "À Flor da Pele", recriação que fez de "Vapor Barato") e
de Luiz Melodia (em "Pérola Negra").
Show: Gal Costa Acústico
Quando: hoje, às 11h
Onde: parque Ibirapuera (praça da Paz,
s/nš, Ibirapuera, região sudeste, s/tel.)
Quanto: grátis
Patrocínio: Pão de Açúcar
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