São Paulo, sábado, 24 de julho de 2010

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Após Rio, montagem de "Gypsy" chega a SP

Musical estreia no Teatro Alfa com indicação de Totia Meireles ao Shell

Baseada em uma trama real, peça traça papéis complexos para narrar a obsessão de uma mãe pelo estrelato das filhas


Daniel Marenco/Folhapress
A atriz Totia Meireles (esq) e o ator Eduardo Galvão encenam "Gypsy"

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O crítico do "New York Times", Clive Barnes, morto em 2008, atestou em texto de 1974: "Gypsy" traz "um dos poucos personagens no gênero musical americano verdadeiramente complexos." Quem agora empreende o desafio de interpretar sua protagonista, objeto de desejo de grandes estrelas da Broadway, é Totia Meireles. Por sua atuação na montagem que estreia no Teatro Alfa, assinada por Charles Möeller e Cláudio Botelho, a atriz concorre ao Prêmio Shell.
Por "verdadeiramente complexo", entenda-se: a personagem central ama "tanto" suas filhas que as maltrata cegamente. Mama Rose, mãe de duas meninas, é completamente obcecada por levá-las ao estrelato.
Sua inflexibilidade a faz cometer crueldades, o que se agrava pelo contexto, a crise econômica deflagrada pela Quebra da Bolsa em 1929. Dessa forma, a peça não esconde esforços em estabelecer, nas letras de Stephen Sondheim com música de Jule Styne, o conflito psicológico do drama não musical.
Seu texto é baseado em uma história real: Mama Rose existiu, seu nome era Rose Hovi. Uma de suas filhas se tornou atriz e a outra firmou carreira como uma das mais famosas strippers americanas de sua época, Gypsy Rose Lee (1911-1970). Embora não seja protagonista, é Gypsy (Adriana Garambone) quem se transforma de forma mais marcada.
Começa como uma menina tímida, sem talento, submissa às imposições da mãe. E aos poucos vai, literalmente, arregaçando as mangas. Em entrevista à Folha, a atriz de musicais da Broadway Patti LuPone, que já interpretou Mama Rose, explica o que acha atraente na personagem. "Ela é muito forte, e as canções são muito adequadas à sua personalidade, qualidade que dificilmente se vê em musicais de hoje", diz. A peça é de 1959.
"O timbre das músicas e o ritmo das canções respeitam muito a velocidade do texto falado da personagem", completa o diretor Möeller.


GYPSY

ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, Santo Amaro, tel. 0/XX/11/5693-4000)
QUANDO qui., às 21h; sex., às 21h30; sáb., às 20h; e dom., às 17h; até 17/10
QUANTO de R$ 60 a R$ 140
CLASSIFICAÇÃO 10 anos




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