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Após Rio, montagem de "Gypsy" chega a SP
Musical estreia no Teatro Alfa com indicação de Totia Meireles ao Shell
Baseada em uma trama real, peça traça papéis complexos para narrar a obsessão de uma mãe pelo estrelato das filhas
Daniel Marenco/Folhapress
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A atriz Totia Meireles (esq) e o ator Eduardo Galvão encenam "Gypsy"
GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O crítico do "New York Times", Clive Barnes, morto
em 2008, atestou em texto de
1974: "Gypsy" traz "um dos
poucos personagens no gênero musical americano verdadeiramente complexos."
Quem agora empreende o
desafio de interpretar sua
protagonista, objeto de desejo de grandes estrelas da
Broadway, é Totia Meireles.
Por sua atuação na montagem que estreia no Teatro Alfa, assinada por Charles Möeller e Cláudio Botelho, a atriz
concorre ao Prêmio Shell.
Por "verdadeiramente
complexo", entenda-se: a
personagem central ama
"tanto" suas filhas que as
maltrata cegamente. Mama
Rose, mãe de duas meninas,
é completamente obcecada
por levá-las ao estrelato.
Sua inflexibilidade a faz
cometer crueldades, o que se
agrava pelo contexto, a crise
econômica deflagrada pela
Quebra da Bolsa em 1929.
Dessa forma, a peça não
esconde esforços em estabelecer, nas letras de Stephen
Sondheim com música de Jule Styne, o conflito psicológico do drama não musical.
Seu texto é baseado em
uma história real: Mama Rose existiu, seu nome era Rose
Hovi. Uma de suas filhas se
tornou atriz e a outra firmou
carreira como uma das mais
famosas strippers americanas de sua época, Gypsy Rose Lee (1911-1970).
Embora não seja protagonista, é Gypsy (Adriana Garambone) quem se transforma de forma mais marcada.
Começa como uma menina
tímida, sem talento, submissa às imposições da mãe. E
aos poucos vai, literalmente,
arregaçando as mangas.
Em entrevista à Folha, a
atriz de musicais da Broadway Patti LuPone, que já interpretou Mama Rose, explica o que acha atraente na
personagem. "Ela é muito
forte, e as canções são muito
adequadas à sua personalidade, qualidade que dificilmente se vê em musicais de
hoje", diz. A peça é de 1959.
"O timbre das músicas e o
ritmo das canções respeitam
muito a velocidade do texto
falado da personagem",
completa o diretor Möeller.
GYPSY
ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco
de Andrade Filho, 722, Santo
Amaro, tel. 0/XX/11/5693-4000)
QUANDO qui., às 21h; sex., às
21h30; sáb., às 20h; e dom., às
17h; até 17/10
QUANTO de R$ 60 a R$ 140
CLASSIFICAÇÃO 10 anos
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