São Paulo, quarta-feira, 24 de agosto de 2011

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Clube Caiubi exibe 'música livre' às segundas

Nas Noites Autorais, membros do grupo fundado em 2002 mostram suas composições

Fotos Alexandre Rezende/Folhapress
O tradutor Daltony Nóbrega e a mulher, Bia Peine, se apresentam em Noite Autoral do Clube Caiubi, no bar Bagaça!

MÁRIO MOREIRA
DE SÃO PAULO

Dia 27 de março de 2002. Um trio de amigos promove uma reunião num bar da rua Caiubi, em Perdizes, e funda um grupo que se reuniria para tocar às segundas no local.
Quase dez anos e vários endereços depois, o Clube Caiubi de Compositores continua a se encontrar toda segunda nas Noites Autorais, agora no bar Bagaça!, na Lapa.
Mas o pequeno grupo inicial deu origem a uma comunidade com 7.000 pessoas, na grande maioria amadoras, que, nos encontros ou pelo site do clube, continuam a produzir "música livre". O conceito é compor com o intuito de fazer arte, sem preocupações mercadológicas. Remanescente solitária do núcleo fundador, Lis Rodrigues, 36, lembra que desde o início foi definida uma única regra: fazer música autoral.
"Começamos numa época em que muita gente já falava que a canção tinha morrido. O Caiubi prova que não morreu coisíssima nenhuma", afirma Lis, que calcula em cem os CDs independentes já gravados pelos integrantes. A chegada do compositor Zé Rodrix (1947-2009), cerca de um ano após a fundação, deu ânimo e impulso ao clube, formado basicamente por pessoas de classe média.
Levado por Osmar Lazarini, 41, o Sonekka, Rodrix gostou tanto que virou curador do grupo, atraindo compositores como Tavito e Celso Viáfora. Ele também definiu os princípios que deveriam nortear o Caiubi: em primeiro lugar, a amizade; depois, a arte; e só por último, o artista.
"Quando vim, fiquei muito impressionado com a naturalidade e com a verdade do negócio. Há liberdade absoluta", afirma Tavito, cujo próximo CD incluirá cinco parcerias com caiubistas.
Segundo Viáfora, que também tem dois caiubistas como parceiros, o que mais o impressiona no clube é "a diversidade musical e o respeito de todos para com ela".
"Não vou dizer que ninguém aqui tenha pretensão de decolar, mas a gente se descolou disso. O espírito continua sendo o de fazer música livre", diz Sonekka.
"Todo mundo pode e deve buscar sucesso. Mas sucesso mesmo é fazer arte", diz Álvaro Cueva, 47, oficial de Justiça e diretor do clube. "Se não há espaço para o artista se mostrar nem para dez pessoas, em pouco tempo você mata a cultura de um país." No ar há três anos, o site do Caiubi (clubecaiubi.ning.com) permite aos membros oferecer letras ou melodias para parceiros. Hoje há caiubistas em cerca de 60 países.

NOITES AUTORAIS
QUANDO seg., a partir das 21h
ONDE bar Bagaça! (r. Clélia, 2.023; tel. 0/xx/11/2386-4915)
QUANTO R$ 5 (entrada)
CLASSIFICAÇÃO livre


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