Comédia encenada em 35 países chega hoje a SP

Lenise Pinheiro/Folha Imagem

O ator Norival Rizzo em cena da peça ‘O Homem das Cavernas’

JOSÉ ORENSTEIN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A peça inspira-se no homem das cavernas, num tempo nebuloso a que alguns chamam pré-história. Mas a história dessa produção peculiar que estreia hoje em São Paulo, com o ator Norival Rizzo, é bastante moderna, para não dizer contemporânea, afinada com nossos tempos de globalização.
"O Homem das Cavernas" é um texto do americano Rob Becker que rodou o mundo antes de chegar ao Brasil. Amparado em fórmula simples -um monólogo com tiradas de humor sobre as pré-históricas diferenças entre homem e mulher- arrebatou públicos dos Estados Unidos a Hong Kong.
Desde a sua estreia, em 1991, em São Francisco, nos EUA, já são 35 países pelos quais a peça passou, contando suas piadas em mais de 16 idiomas. Mas a carreira de sucesso desse texto começou mesmo na Broadway, onde estreou em 1995. Desde então, foram 772 performances que renderam à montagem o recorde de permanência de um espetáculo-solo na Broadway.
Seguiu-se então uma turnê pelos EUA. Mas é quando a peça é levada a outros países que desenvolve-se um "business model" que faz dessa comédia um sucesso global. A ideia vem da Islândia, onde produtores da Theater Mogul perceberam o potencial de venda das piadas de Rob Becker, compraram os direitos da peça e passaram a montá-la em esquema de coprodução em diversos países.
A novidade é que, nesse modelo, a comédia é montada simultaneamente em várias cidades. No Brasil, após a estreia em São Paulo, a peça deve entrar em cartaz ao mesmo tempo em Belo Horizonte, Salvador e Rio de Janeiro em 2010, sempre sob a direção de Alexandre Reinecke, mas com um ator em cada Estado. "Todo mundo toma café, toma banho, conhece "Friends" e "Sex and the City". Essa comédia atrai todo mundo porque fala de coisas comuns a todos, independentemente da cultura do país", resume Thorey Einarsdottir, a produtora islandesa para a América Latina.