O produtor Daedalus é o destaque da festa que acontece na Vila Madalena

ADRIANA FERREIRA SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Há produtores que vivem de cortar e colar pedaços de músicas. E há os que fazem disso uma arte. Esse é o caso do norte-americano Alfred Weisberg-Roberts, mais conhecido pelo codinome Daedalus, atração da festa Pi, hoje, no Studio SP.
Autor de quatro álbuns lançados pelo conceituado selo inglês Ninja Tune, Daedalus trabalha criando sons experimentais, feitos a partir de estilos como samba, jazz, hip hop, dubstep, IDM e afins. Essa técnica de "cut and paste" o aproxima de produtores como Madlib e Prefuse 73, com quem Daedalus já criou.
"Tive a sorte de trabalhar com eles em alguns projetos. Madlib faz loops elegantes, e Prefuse, um funk hip hop mecânico", lembra Daedalus.
"Mas posso dizer que minha inspiração vem, principalmente, de fontes antigas, como o bebop, samba, electro e os sons das raves e big bands."
No estúdio, ele mescla samples (pedaços de músicas) e sons de instrumentos para fazer as faixas. "Escolho uma melodia, acrescendo notas e ritmos até sentir que elas estão "certas" e torno isso a base de futuras experimentações."
Em uma de suas experiências, Daedalus se debruçou sobre o samba e fez um disco inteiro a partir desse estilo, "Denies the Day's Demise". "Claro que ele está longe do que se entende por samba", fala Daedalus. "Peguei uma música como o samba, que foi parcialmente inspirada pela tecnologia, o telefone, e tentei reduzir a um homem banda, com as mesmas idéias tecnológicas", explica.
A "Pi" ainda terá sets dos DJs Bruno Belluomini, Seth, Claudia Assef e Daniel Cozta, performances do MC Jimmy Luv e do VJ Ninguém, entre outros.